O Baile: Poder

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Traídos pelos próprios sangues, estavam alí sentados e envoltos pelo manto das estrelas, expostos e sem nenhum poder

Traídos pelos próprios sangues, estavam alí sentados e envoltos pelo manto das estrelas, expostos e sem nenhum poder

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Kim Tae-Hyung


   " A realeza de Angeloi era solitária e misteriosa, eu como príncipe, estava incluso na afirmação. Eu costumava ser uma criança que brincava em companhia dos próprios pensamentos, mas chega uma hora em que se sente falta de outra voz. Eu não queria mais estar sempre sozinho, ainda mais na época em que meus pais descobriram que para me controlar, era só trancar a porta do meu quarto. Sempre que dava eu fugia e foi assim que eu conheci um dos meus únicos amigos de infância. Um Amigo que eu pensava que nunca mais iria rever, infelizmente.

   Na fuga eu tinha doze anos, todo lugar parece extremamente grande para alguém de doze anos, ainda mais quando é uma paisagem completamente desconhecida. Tinha muitas árvores altas e cheias, um vale no meio de uma mata muito fechada, eu estava perdido e com medo, até que ele apareceu. Tinha um rosto engraçado, achei que estava encrencado e que ele iria me dedurar, mas ele apenas me observou curioso e animado, com aqueles olhos grandes e escuros, assim como besouros:

"Suas asas são lindas! Você é um anjo né?"

   Ele nunca tinha visto alguém como eu, pediu para tocar minhas asas e perguntou se eu me machuquei na queda, que diga-se de passagem, foi bem feia. Meu joelho estava ralado, ele me levou até uma cabaninha no meio da mata pra cuidar da minha perna. Me disse que seu nome era Nochu e eu me apresentei como Vante.

   Nochu colocou uma mistura pastosa de ervas e cremes no meu joelho e fez um curativo muito bonitinho, aí tomamos leite quente com mel e conversamos por bastante tempo, brincamos de esconder pelo vale e eu dei um pequeno vôo com ele segurando nas minhas mãos. Graças a Nochu eu voltei pra Angeloi sem nenhum problema e também por ele continuei voltando ao vale, tendo as melhores memórias de fim da infância. Mas tudo que é bom acaba, tudo que é bom o meu pai não gosta.

   Papai descobriu que eu estava indo a um vale em um reino neutro, fiquei de castigo por meses e ele ainda me disse que se eu entrasse em território estranho de novo, nunca mais veria o mundo fora do castelo. Nunca abandonei os céus, fugia em vôo alto para não ser visto e não precisar olhar o caminho do vale. Me perguntava se algum dia as coisas iriam realmente mudar, seria bom ter alguém para chamar de amigo algum dia. "

[...]

   A rainha de Mágissa vinha em nossa direção, era uma mulher bonita e graciosa, azul lhe vestia bem e os detalhes prata em seu vestido pareciam pequenas estrelas em um grande céu noturno, ao príncipe eu daria os mesmos elogios, mas com um pouco mais de ênfase na parte "bonito". Aquele silêncio formal enquanto nos cumprimentavamos já era um velho clássico dos bailes, desde os tempos da minha avó e até em Mágissa, isso nunca muda. As pessoas prendem o ar em um nervosismo e tensão, parecem sempre esperar que um enorme desastre aconteça e a noite vá por água abaixo, mesmo que isso quase nunca tenha realmente sido presenciado:

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