Em plena solidão
Há um jovem ancião
À casais assistia
Dentro de sua sala vaziaNada o abala
Senão a vida
Que de tanto não sofrer
Tornou-a sofridaSuas lágrimas há muito já secaram
Um sorriso também não há
Pois tudo que era falso
Jamais o agradaraSomente memórias lhe restaram
Daqueles que já lhe amaram
Tolo demais para percebê-los
Sábio demais para crê-losMentiras contadas
Em meio à multidão
Rindo sem razão
Hoje em dia resta-lhe apenas seu próprio perdãoEncara a lareira
Implorando sem cessar
"Queima, queima este passado!"
O arrependimento do jovem solitárioNaquele lugar tão calmo
Sem ninguém para dizer um não, sem ninguém para dizer um sim
É onde há um jovem ancião
Em sua plena solidão