Memórias

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Ainda não dormi
E todas as minhas memórias ainda estão aqui
Não as esqueci
Assim como não esquecerei você

Há tempos quero dizer
Mas tenho sufocado em mim
A ponto de não mais conseguir pegar o ar
Que me move em direção ao nada

Nada além de mim
Mim e eu mesma
Com todo o meu lago de fraquezas
Que até hoje permanecem as mesmas

Não consigo falar
Não consigo respirar
Não consigo fazer nada
Além de escrever, escrever para você, escrever para quem quiser ler
E quem tiver tempo para tentar entender
O que acontece de tão grave para a alma de um poeta morrer

Morte lenta e dolorida
Alguns sintomas eu escrevi
Outros guardei dentro de mim
E assim eu vivi

Guardei e me sufoquei
A culpa foi minha, mas eu tentei
Perdão se um dia lhe magoei
Não me diga que está tudo, não foi para você que eu falei

Quando escrevi esses versos olhava pro espelho
Ali reflete de tudo que há mim
Meu mar vermelho
De sangue, correndo de dentro do meu peito

Não há mais o que fazer
Ou será que há?
Será?
Será que não é tarde?
Ou ainda é cedo, como diria Renato Russo?

Talvez não haja isso de tarde ou cedo
Depende apenas da sua disposição
Se você está disposto a abrir mão
Se você está disposto a fazer questão
Se você está disposto a ser
Disposto, desculpe a piada, a viver.

Mas voltando ao tema inicial
Que como sempre eu me perco no final
Estava a falar de como eu ainda não consegui sonhar
Pois estava a pensar em momentos passados
Que dentro de mim estavam guardados
Mas que para você não é tão importante, certo? certo.

Então para finalizar, pois preciso me deitar e tentar, finalmente, descansar
(não o descanso eterno que até um tempo atrás eu gostaria, mas sim um descanso que será eterno enquanto durar)
Meus pensamentos estarão para sempre em mim, porque assim eu escrevi com imenso respeito
Olhando para meu reflexo
Na frente do espelho

Poemas de Fim de TardeOnde histórias criam vida. Descubra agora