Sangue ruim

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Capítulo quarenta e quatro

Daniela on
O homem que estava em minha frente segurando forte meu braço, me trazia um único sentimento, o de raiva.
Uma raiva que chega a doer

-Eu tive um dia cheio, acabei de voltar de viagem e estou cansada, por favor me deixe em paz
-Eu só quero que você me escute por cinco minutos, depois eu lhe deixo em paz
Disse Marco
-Então solte meu braço!

Ele soltou meu braço e eu me afastei

-Diz logo o que você tem para dizer!
Disse impaciente

Ele me analisou e virou de costas. Ele começou a andar pela sala. Eu não gostei. Aquele homem caminhando em minha sala como se tivesse o direito de estar ali me incomodava.

Cruzei os braços e disse
-Olhe só Marco, levando em consideração tudo o que você já me fez passar eu estou sendo boa até demais deixando você entrar em minha casa, então por favor vá direto ao assunto e depois desapareça!

Ele não respondeu. Eu esperei achando que ele poderia estar pensando no que dizer, mas então vi que seu olhar estava em uma foto minha com meus filhos.

Eu peguei o porta retrato e o deitei de cabeça para baixo

-Eu não posso ver a foto de nossos filhos?
Eu revirei os olhos e disse
-Afinal, o que você veio fzr aqui?
-Vim tentar recuperar minha família!
-O que você quer dizer com isso?
-Eu sinto saudade de quando éramos uma família Daniela!
-Família? Que engraçado,você nunca se importou com ela quando ainda éramos casados! Porque passou a se importar agr?
-Eu sempre me importei!
-Não, muito pelo contrário Marco! Eu cuidei dos dois praticamente sozinha, mesmo com minha vida corrida de shows e apresentações, eu sempre cuidei de meus filhos. E você? O que fez por eles? Você vivia viajando,indo em bares,indo em festas e se encontrando com seus amigos. Você chegava bebado em casa quase todas as noites, e quando eu ficava brava com você, você me batia e depois trazia umas flores e dizia que me amava e que não iria se repetir! E eu acreditava! Eu acreditava em você! Mas sempre se repetia! Você saia para trabalhar e quando voltava a noite estava cheirando a bebida! E quanto mais o tempo se passava mais agressivo comigo você ficava! E isso foi te matando aos pouquinhos do meu coração, e hoje tudo o que sobrou de você foi raiva, muita raiva por tudo o que você já me fez!

Ele fitou os olhos e levantou sua mão como se fosse me bater

-O que é isso? O que você pensa que tá fazendo Marco? Você nunca mais vai encostar um dedo em mim! Eu já sofri demais com você! VOCÊ CONTINUA SENDO O MESMO COVARDE DE ANTES!
-Eu não preciso nem dizer o que você é...
-A claro, mais ofensas, já estou acostumada com ofensas de sua parte, diga, qual a ofensa da vez?
-Não vim aqui para ofender você, vim aqui para ter você de volta.

Ele me puxou para perto de si novamente e depositou um beijo em meu ombro

-Para com isso!
Eu consegui me soltar de seus braços com um movimento rápido

-Você merece um prêmio por fingir tão bem! Eu sei que você quer ir para cama comigo!
Ele se aproximou de mim e colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha

Ele deu uma pequena risada perto de meu ouvido, e o meu pânico começou a crescer cada vez mais dentro de mim, não era a primeira vez que ele queria tentar algo comigo e eu não queria, eu já conhecia essa sensação.

-Você não vai falar nada?
Pergunto Marco me encarando de cima à baixo

Eu fechei meus olhos bem forte e pressionei minha mão contra meus ouvidos, fazendo com que o brinco perfurasse minha pele. Foi nesse momento que eu senti duas mãos segurando meus braços e me colocando contra a parede, eu abri os olhos pronta para gritar, mas Marco tapou minha boca com sua mão, eu mal podia respirar e meus olhos se encheram de lagrimas.
Eu tentei de tudo para ele me soltar, mas ele claramente era muito mais forte que eu

-Olha só Daniela, eu vou te soltar, mas você não vai gritar entendeu?

Eu fiz que sim com a cabeça e ele me soltou

-Você não tem bebida nessa casa?
Perguntou Marco enquanto analisava todos os cantos da minha sala de estar
-Tenho
Disse sem encara-lo
-E está esperando o que para ir buscar?
-Eu não vou buscar bebida nenhuma para você!
-Como é?
Perguntou Marco se aproximando de mim
-Você escutou mto bem!
Ele serrou seus punhos e ficou me olhando, parou em minha frente e desferiu um tapa em meu rosto que me fez cair no chão. Eu soltei um grito abafado de dor, e ele sorriu  enquanto me olhava caída no chão
-É isso que dá não me obedecer!
-Você vai se arrepender de tudo isso!
-Vou é?
Perguntou ele com sarcasmo em sua fala

Ele foi até a cozinha e voltou com um copo cheio de uísque

Marco me levantou do chão e pressionou seu corpo grande contra o meu, quase me esmagando, ele me empurrou até a parede e mordeu meu pescoço. Eu resisti e não mostrei nenhuma reação às provocações dele.

Meu corpo estava trêmulo de medo do que ele podia fazer comigo.

-Beije-me Daniela!
Ele segurou meu rosto entre suas mãos e depositou um beijo leve em meus lábios.
Eu não respondi seu beijo e afastei-o de mim

-Não faça isso! NUNCA MAIS!

Ele me olhou com raiva e me deu uma série de tapas em meu rosto.
Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto, deixando um rastro gelado que diminuiu um pouco o ardor de minhas bochechas.

-Por favor não me machuque!
Disse apavorada,tentando arrumar algum jeito de impedir que ele me batesse mais. Mesmo sabendo que era impossível, ele era muito mais forte que eu!

Não adiantou, ele não me escutou. Ele me segurou pelos braços e me balançava de uma forma totalmente violenta, ele segurou meu cabelo e me jogou no chão, com uma força tão grande, que eu não consegui nem gritar.

Havia uma raiva tão grande nos olhos dele, ele estava louco. E tb já estava bebado

Ele gritou, me chamava de vagabunda aos berros,e me dava chutes na barriga e nas costas. E também vieram outras milhares de ofensas

Minha cabeça estava explodindo, eu não sabia o que pensar. Eu não tinha feito nada, ele havia sumido da minha vida a tanto tempo, porq ele precisava reaparecer agora? Porq ele simplesmente entrou em minha casa e me bateu tanto?
Eu não merecia passar por isso. Com muita dificuldade eu acabei me levantando.

-Para, por favor, para.
Disse com um pouco de dificuldade.

Alguém bateu na porta de minha casa, e Marco se assustou. Ele me jogou no sofá e saiu pela porta dos fundos tão rápido quanto entrou. Eu estava assustada, com medo, desorientada e machucada, tanto por dentro quanto por fora. Eu me recusava a acreditar naquilo tudo.

As batidas na porta persistiram, e eu escutei a voz de Malu abafada vindo de trás da porta

-Daniela? Você está aí?

Minha vista estava ficando escura, e eu só sentia dor, muita dor. A escuridão me sufocava, e eu finalmente fiquei inconsciente.

Daniela e Malu uma incrível história de amor Onde histórias criam vida. Descubra agora