1. Extraña Sensación

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POV Rafaella

28 de março de 2020

Era mais um dia de festa aqui na casa mais vigiada do Brasil. Nós já estávamos posicionados na porta e prontos para mais uma noite que prometia ser muito agitada e cheia de surpresas. Assim que as portas se abriram, saímos eufóricos ao ver o cenário muito bem organizado e que tinha como tema de festa do pijama.

A festa começou e logo cada um se espalhou pelo ambiente. Gabi, Mari e Flay brincavam e dançavam na pista principal, enquanto Thelma e Manu me observavam preparar um drink com frutas. Mais ao fundo, sentados na grama, Babu e Prior conversavam, provavelmente dando vez as vozes da cabeça do Felipe. E a Gizelly estava com Ivy e Marcela junto a mesa de comidas provando todos os pratos ali disponíveis.

– Tudo na conta da Globo. – Gritou Gizelly enquanto comia uns docinhos disponíveis na mesa.

Já era por volta das duas horas da manhã, e depois de atravessar vários portais, Gabi, Thelma e Marcela estavam deitadas nos colchões postos ao meu lado. Eu estava sentada na ponta do colchão enquanto observava Gizelly dançar. A capixaba com seus movimentos aleatórios brincava simulando uma dança sensual ao som de "solteiro de novo". De longe percebi as feições e expressões de Ivy. A modelo observava a morena dançar completamente hipnotizada e com um sorriso bobo nos lábios e vez ou outra mordia os lábios.

Vários pensamentos me intrigavam nas últimas semanas e eles envolviam duas pessoas específicas, Gi e Ivy. Muitas perguntas rodavam minha cabeça sobre o que a modelo sentia pela advogada. Dava para perceber nos detalhes do dia a dia a dedicação que Ivy tinha pela Gi e nas festas isso se evidenciava mais. Num determinado comento da festa, Ivy estava deitada na cama armada no gramado comendo quando me se aproximei sorrindo. Em meio a uma conversa meio maluca, acabei extraindo de Ivy por meio de códigos a confirmação de que ela realmente estava sentindo algo pela Gi. É... A gente tava ó... muito fodida. Não sei pra modelo, mas pra mim não tinha mais jeito. Era só chorar e arrastar cu no asfalto.

Mírame a los ojos
Y escucha lo que siento

Drinks e cervejas depois, minhas pernas gritavam por socorro. O globo centralizado na pista fazia companhia a música que tocava, já nem sabia mais qual era. Boa parte do pessoal da casa já tinha ido dormir, estavamos apenas eu, Gi, Gabi estava em meio as almofadas cantando neném pela milésima vez, Thelminha, inimiga do fim, estava jogada nos pufes balbuciando coisas aleatórias e sem sentido, provavelmente manando todos nós a algum lugar e Gizelly dançava completamente loooooouca.

Y no dejo de pensar
tanta casualidad de habernos encontrado hoy
Y no dejo de pensar que algo va a pasar
si mi corazón se despierta

– Rafinhaaaaaaa – Chamou Gizelly – Vem dançar comigo, vem! – dizia a capixaba mexendo-se desengonçadamente e me chamando com o dedo indicador.

– Ô Titchela, eu to com tanta preguiça, deixa eu quietinha aqui, deixa? – Pedi fazendo manha.

– Oh, Rafaella, bora parando de preguiceira aí! A festa já tá acabando, daqui a pouco o Big Boss coloca todo mundo pra dentro e a gente não dançou nadinha. – Argumentou a advogada enquanto se aproximava de mim.

– Que história é essa mulher, cê 'tá doida, fia? A gente dançou a noite todinha, eu to com as batata da perna que não me aguento do tanto que eu dancei. – Retruquei. Gizelly parou seus movimentos e me olhou bem séria antes de responder.

– Não, Rafa, com todo respeito. Você dançou com toooooooooodo mundo nessa festa. Rebolou pra tooooooooooda a população ver, mas não dançou comigo não, hein? Tá achando que eu sou o que? A toa? – Gizelly, que gesticulava enquanto falava, finalizou sua frase com as mãos na cintura e uma grande feição de interrogação.

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