2. Love Never Fails

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Notas iniciais

Erros em Goiânia, mas cada capítulo tem uma música tema no título, o ideal é que vocês leiam ouvindo a música quando a letra começar a aparecer, mas fiquem a vontade, sem pressão! KKK Boa leitura.

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POV Rafaella

1 de abril de 2020 – Projac

There will be those times we fight back tears
And there will be those times when we get scared
As long as we're together we'll get there
'Cause love never fails, love never fails

Lembranças bombardeavam minha mente e era a milésima vez que eu me questionava sobre o que estava acontecendo dentro desse programa. Aqui é tudo muito intenso, as brigas, os sentimentos, as risadas e inclusive a forma como a gente se conecta com as pessoas ao nosso redor. Num dia estamos todos bem, no dia seguinte o clima fica pesado por algum comentário feito ou alguma frase sem contexto repassada de um para o outro. Quando eu aceitei participar do programa, já tinha uma ideia da loucura que isso poderia ser, mas não imaginava a confusão que a minha cabeça ia ficar com o passar dos dias.

Desde o começo eu me apeguei muito na Manu, encontrei nela a paz e o apoio que eu precisava para me manter bem aqui dentro. Foi um encontro de almas. Ela ficou o tempo todo do meu lado, depois da queda do muro, da briga com a Bia, com os meninos, nos meus momentos de alegria e reclusão. Enfim, em tudo a Manu sempre esteve presente. Ela e a Gizelly. Logo após a queda do muro, e em consequência a queda dela, eu e a advogada nos aproximamos aos poucos. Sabe quando você conhece alguém e sente como se já a conhecesse a muito tempo? Coisa de outras vidas até? O jeito expressivo que ela fala, suas histórias mirabolantes, a determinação dela pelo trabalho que ela exerce lá fora, a verdade dela, tudo isso me chamou a atenção. A capixaba ocupava um lugar de muito carinho dentro de mim. Era um fato, eu admirava muito aquela mulher.

All the moments we make
Are too precious to waste
In a world that is forever changing

Logo após o quarto branco, em um momento de reflexão, percebi que as coisas com relação a Gi eram um pouco diferentes. Eu tinha ficado muito preocupada com ela naquela semana, porque era claro que aquele era um momento em que todas as fragilidades dela poderiam aparecer e o peso daquilo podia trazer consequências muito complexas. Lembro de conversar com ela e pedir para ela tentar se manter calma, concentrada e buscar sempre o olhar Manu. Foram horas de angústia até tê-las de volta aqui comigo.

As semanas se passaram e em vários momentos sozinha, me pus a refletir sobre o que se passava comigo em relação a Gi, eu não sabia explicar, mas existia algo que constantemente me puxava até ela e me fazia procurá-la. Fosse com o olhar ou buscando estar próxima a ela, notei que eu tinha uma necessidade de tê-la ali. Cheguei a cogitar que talvez estivesse a fim da advogada, principalmente depois do sonho que tive na semana passada, mas optei por não remoer o assunto, pois dentro de semanas essa já não seria mais a minha realidade e tudo voltaria ao normal, certo? O melhor mesmo era esquecer de vez isso e me focar em ganhar o programa, afinal de contas, esse sempre foi o objetivo.

E tudo ia muito bem até o último paredão. O Prior trouxe à tona um assunto que eu já tinha conhecimento, mas não lembrava de ter sido incluída quando a capixaba comentou comigo. E junto a isso veio um sentimento muito ruim. Doeu. Não só por como aquilo podia ter afetado o que as pessoas poderiam pensar de mim lá fora, mas por vir de onde veio. Eu não sabia o que pensar. Minha cabeça girava em torno de duas perguntas: Será que a toda minha amizade com a advogada foi só uma estratégia dela ou aquilo era só mais uma mentirada do Prior? Foi horrível. Minha cabeça doía só de pensar na possibilidade. Chorei por um bom tempo pensando nisso até conversar com a Manuzinha. A cantora me trouxe uma percepção diferente das coisas, me dando uma terceira opção e reforçando que o Prior poderia ter distorcido as coisas, o que não seria nenhuma surpresa. E a saída dele só reforçou essa teoria para mim.

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