06. Pedido Desesperado

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Era difícil viver escondido, ainda mais dentro de um castelo lotado de pessoas. Draco não podia ser visto nunca, nem deixar um rastro de seu paradeiro. Nas primeiras semanas, se alojou na Sala Precisa. Era ampla, tinha várias coisas que podiam se transformar em cama e não era tão entediante, já que o cômodo havia virado uma espécie de depósito. O maior problema era conseguir comida sem ser visto, nem mesmo pelos elfos domésticos da cozinha. O loiro passava fome frequentemente, mas pelo menos tinha chances de não morrer nas mãos de Voldemort.

Desespero começou a tomar conta de Draco, ainda mais por estar sozinho e não ter tido contato com ninguém desde aquele dia que passou a viver escondido. Cego pela fome e solidão, Malfoy precisava tomar alguma medida antes que perdesse a cabeça completamente, mesmo podendo ser precipitada. Passou horas, dias e semanas pensando em como sair daquela, mas não teve sucesso. Seus amigos não o esconderiam, pois o entregariam ao Lorde das Trevas por 'ser um covarde incapaz de matar um velho'. Não era amigo de mais ninguém na Sonserina, muito menos das outras casas. Os professores e funcionários não poderiam saber que estava em Hogwarts, então essa opção também foi descartada. Malfoy não tinha muitas opções.

Porém, num desses repetitivos dias, admitiu que deveria tomar uma decisão que, em sã consciência, não tomaria, mas era sua única esperança.

Harry estava se dirigindo para a sala de Transfiguração, quando alguém encapuzado o puxou para dentro de um armário de vassouras que havia ali perto. A figura retirou o capuz e revelou ser Draco Malfoy. Estava com as olheiras bem marcadas das noites mal dormidas, o nariz um pouco maior do que o normal por causa do soco do moreno, mas ainda era atrativo. Seu rosto transmitia desespero. O loiro não havia tirado as mãos dos ombros de Harry, para evitar que fosse embora.

"O que você quer, Malfoy? Você já me estrangulou da última vez, vai me matar de vez agora?" disse Harry olhando com desprezo para Draco, tentando se soltar das mãos que o seguravam.

"Eu sei que não fui a melhor pessoa que você já conheceu," começou Draco, olhando no fundo dos olhos verdes do mais baixo, "mas preciso da sua ajuda. Te dou qualquer coisa em troca da sua ajuda. O que você quiser."

"Some daqui, é isso que eu quero." Harry nem pensou na gravidade das sua palavras. Malfoy era um babaca, mas dava para ver que o seu desespero era genuíno.

"Por favor, Harry. Me ajuda." Draco deixou uma lágrima correr pelo seu rosto. Harry limpou com sua mão o rosto do mais alto, fazendo as bochechas dos dois ficares coradas. Era a primeira vez que o loiro o chamava pelo seu nome.

"Está bem, como eu posso te ajudar?" Harry cedeu, sentindo pena de Draco e uma pitada de preocupação.

"Preciso um lugar aonde eu possa ficar. Sem estar completamente sozinho." Draco estava mais tranquilo pois Harry havia aceitado ajudá-lo, mas suas maõs ainda tremiam sem controle.

"Eu sei um lugar."

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