25. Lágrimas

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~~ATENÇÃO, POSSÍVEL GATILHO, É PRECISO LER ATÉ O FINAL DO CAPÍTULO~~

~~Nota: recomendo ler o começo do capítulo ouvindo "Dumbledore's Farewell", da trilha sonora de Harry Potter e o Enigma do Príncipe~~

Harry caiu de joelhos de frente para o corpo sem vida de Draco. Ele o pegou no colo, falando "Não, não, não...", enquanto passava a mão nos cabelos loiros dele. Com sua mão trêmula, tirou os óculos do rosto, e os colocou nos chão. Ele começou a chorar descontroladamente, soluçando e errando o ritmo da respiração. Colocou uma mão no peito de Malfoy, ainda buscando por uma batida do seu coração. Aquilo não podia estar acontecendo.

Todos ao redor estavam chocados com o que havia acabado de acontecer, o silêncio reinou no Pátio de Entrada. Hermione sentiu a dor que Harry estava sentindo e começou a chorar no peito de Ron, que a abraçou. Narcisa estava aos prantos no peito do marido, que também chorava. Ouviu-se a voz de um Comensal dizendo a Malfoy "Ele era uma vergonha para nós, não fazia diferença." Ao ouvir aquilo, Lucius socou a cara dele. Riddle não estava feliz, apesar de achar mil coisas de Draco. Afinal, ele queria se desfazer de Potter.

Harry olhou mais uma vez para o rosto de Draco. Estava sereno, mas seus olhos azuis não brilhavam mais. Havia uma lágrima na sua bochecha. Potter fechou os olhos do loiro e abraçou o corpo de Malfoy, dizendo em seu ouvido "Por que você fez isso? Por que? Você não pode ir, fica comigo. Por favor, fica." Lágrimas escorreram pelas suas bochechas, caindo no rosto de Draco. O grifinório não queria largar nunca mais o sonserino, mesmo se Voldemort o matasse enquanto o abraçava. Se tivesse que morrer, queria morrer ao lado do loiro.

"Traga ele de volta! Traga ele de volta, ele não teve culpa!" Lucius rompeu o silêncio e começou a gritar para seu mestre, tomado pelo desespero de ver o filho morto. Narcisa havia ousado ajoelhar-se junto com Harry, lamentando a perda do seu único filho. Ela não se importava se estava perto demais do 'inimigo', apenas importava o seu filho, o seu único filho, que agora estava sem vida. Nesse instante, ela se arrependeu de como ela e seu marido criaram o garoto e no que haviam se involucrado.

"Foi seu filho que se arriscou, a culpa não é minha." Voldemort não teve compaixão nenhuma com seu servo, e nem pareceu se arrepender do que fez. Os Malfoy voltaram para seus lugares, desolados. Harry colocou uma última vez a mão no peito de Draco. Ele não se daria por vencido. Quando não ouviu seu coração bater, apenas o abraçou, sem parar de chorar.

De repente, o peito de Malfoy se encheu de ar. Potter sentiu uma vibração dentro do peito dele, reconhecendo um batimento. Os olhos azuis do loiro se abriram e encontraram os olhos verdes do moreno. Ouviu a voz de Malfoy dizendo "Vamos matar esse desgraçado sem nariz. Juntos." para que só Potter o ouvisse. Devagar, Draco puxou sua varinha do bolso e lançou um feitiço, que o Lorde das Trevas evitou. Chocado, Riddle lançou mais uma vez a Maldição da Morte, mas errou. Eles se levantaram de mãos dadas, atacando Riddle. A escola inteira abriu um sorriso, voltando à batalha contra os poucos Comensais que haviam permanecido. Muitos haviam Desaparatado, pois perceberam que perderam a luta. 

"Draco, vá com os outros, eu termino com ele!" Malfoy assentiu e beijou rapidamente Potter, lançando mais alguns feitiços contra Riddle, antes de se juntar aos Weasleys e Granger. Os poucos Comensais que ainda restaram lá estavam enfraquecidos, portanto era fácil vencê-los num duelo. Draco duelava com Bellatrix Lestrange, que havia tentado assassinar a família Weasley inteira. Ele sabia o quanto aquela família era importante para Harry e não permitiria que a tia causasse dano a eles.

"Criança tola, Malfoy! Você realmente herdou a covardia do seu pai! Como minha irmã quis casar com aquele idiota?" Bellatrix, fiel ao seu mestre, destruiria Draco se fosse preciso, apesar de ser seu sobrinho.

"Eu fiz o que era certo, já não se pode dizer o mesmo de você." Malfoy disse essas palavras com a maior calma do mundo. Ele conseguia ser elegante até mesmo enquanto lutava contra uma Comensal da Morte. Ele não se rebaixava a gritar xingamentos e gastar energia com esse tipo de coisa. Afinal, a energia que se gasta gritando ele a usava para duelar sem se cansar. Lestrange lançou uma maldição da morte à Ginny, que se protegeu. Aquilo foi a gota d'água para Molly Weasley, mãe de Ron, Ginny e todos os outros irmãos ruivos deles.

"A minha filha não, sua vadia!" Molly e Draco lançavam feitiços para Bellatrix, que foi se debilitando. Molly acabou de vez com Lestrange, agradecendo a Draco por ter protegido a sua família. Ele apenas disse que não era necessário agradecer, e correu em direção para o Pátio de Entrada.

Harry começou a duelar com Voldemort, que incansavelmente tentava atingí-lo. Ele errava todos os feitiços. No lugar de atingir Potter, ele destruía paredes e colunas. O homem gritava todo tipo de maldição, azaração e feitiço que lhe vinha à cabeça. Mas estava tão desesperado, que não chegava nem perto de atingir Harry. O garoto corria, defendia e atacava Riddle.

"Seu namoradinho o salvou, Potter? Tão patético, tão fraco. Precisou da ajuda do covarde de Draco Malfoy para se safar de mim de novo." Riddle humilhava Potter, para distraí-lo e atacá-lo desprevenidamente. Harry defendia e lançava feitiços contra o homem.

"Salvei, e aí? Vai fazer o quê sobre isso?" Draco apareceu ao lado de Harry, fazendo-o dar um pulo. "Juntos, está bem?" Seus dedos estavam entrelaçados.

Draco e Harry apontaram suas varinhas para Voldemort, que também apontou sua varinha para os garotos. Estava perdendo a paciência com Malfoy e Potter.

"É como eu disse no Ministério para você. Você é o fraco, e você nunca conhecerá o amor nem a amizade. E é isso que realmente importa." Ao dizer essas palavras, Harry olhou nos olhos de Draco antes de lançar um feitiço para destruí-lo. Ao mesmo tempo, os garotos lançaram o mesmo feitiço contra o Lorde das Trevas, que não ia deixar dois garotinhos matarem ele.

"Avada Kedrava!"

"Expelliarmus!"

Dois jatos de luz vermelha foram em direção ao Lorde das Trevas, que da sua varinha emanava um jato de luz verde. Ao mesmo tempo, os jatos de luz se encontraram. Debilitado, Riddle viu luzes verdes brilharem dentro da Varinhas das Varinhas enquanto o jato de luz vermelho tocou a ponta da sua varinha. Ele soltou a varinha, que saiu voando em direção a Harry e Draco. Potter a apanhou como apanhava o pomo de ouro no quadribol. O corpo pouco humano de Voldemort caiu sem vida. 

Harry Potter e Draco Malfoy haviam derrotado o Lorde das Trevas, juntos.

Stay • Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora