XIX - LILI

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"Estar em seus braços era como ouvir uma canção

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"Estar em seus braços era como ouvir uma canção... a canção do caos."

Já estava no jardim de casa, me recompus para poder entrar, se tudo der certo as tias não vão me questionar pois eu estava no tumulo de minha mãe e acabei perdendo a noção do tempo, precisei mentalizar isso o máximo que pude. O que era uma grande mentira, eu estava com ele, literalmente em seus braços, não sei de onde tirei forças para interromper nosso contato, se continuássemos ali as coisas se tornariam mais complicadas do que já estão.

– Vejam quem voltou. – Tia Néfria diz assim que entro na casa.

– Como foi lá querida? Espero que tenha te feito bem. – Tia Narcisa diz sorrindo.

– Perdi a noção do tempo, me desculpem. – Respondi prontamente.

– Que cheiro é esse? – Tia Ismelda adentra a sala fazendo uma cara estranha. Será que pode sentir o cheiro dele em mim? Tento sentir um odor e sim seu cheiro está em mim.

– Faz semanas que eles estão rondando, cada vez a energia impregna mais, não me surpreende identificarmos os cheiros. – Tia Narcisa diz como se fosse algo obvio.

– Precisamos ver a possibilidade de fazer uma viagem, irmos para uma outra região, está cada vez mais arriscado continuarmos aqui sabendo disso. – Tia Néfria diz coçando atrás da orelha, quando bruxas fazem isso é sinal de problemas.

– Aliás, qual o motivo da demora? Por mim teríamos ido atrás de você, suas outras duas tias que me seguraram aqui. – Tia Ismelda me encara séria, desconfiada.

– Ela já está em casa, voltou, você pega demais no pé dela, foi uma causa nobre, quando precisamos não levamos ela lá? – Tia Narcisa diz a mensurando.

– Bom, vou para meu quarto, preciso de um banho e descansar, aparatar ainda me deixa com enjoos. – Digo já me virando para subir as escadas, preciso urgente tirar seu cheiro de mim e não dar espaço para mais uma discussão.

– Deixamos ensopado para você, não fique sem comer. – Tia Néfria diz, enquanto Tia Ismelda e Tia Narcisa iniciam uma pequena discussão sobre minha criação.

Entro em meu quarto, tiro minha capa e minhas roupas e vou preparar a banheira para um banho, vou lavar os cabelos para que não fique nenhum vestígio.

Aproveito o banho para tentar organizar os pensamentos, eu precisava com urgência compartilhar tudo que estava acontecendo com alguém, mas quem? Para as tias nem pensar, Madelaine e Morgui não seriam uma boa opção, me restava Barbara, mas não queria meter ela nessa confusão toda, o que vou fazer? Quem Cole escolheria? Ele teria essa pessoa? Não aguentava mais tantas questões, queria respostas. Enquanto me ensaboava acabei lembrando da sensação de seu toque, quando me colocou em volta de sua cintura, suas mãos em minhas coxas segurando com tanta força que agora posso ver pequenos pontos avermelhados. Era assim que eu estava, desde o dia do beijo, marcada por ele. Afasto esses pensamentos, não posso deixar me levar por fraquezas da carne.

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