XXXIII - MADELAINE

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"Procuramos brilhar, assim como a lua em meio as trevas"

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"Procuramos brilhar, assim como a lua em meio as trevas"

Estou ansiosa. A semana da Lua da Fertilidade se aproxima, faltavam apenas três dias. Basicamente é um evento onde renovamos nossas energias, nossa fertilidade e o contato com a grande mãe natureza. Um dos ritos mais importantes para nós bruxas. Existe desde a época dos tempos livres. Usamos branco durante toda a semana, belos trajes leves e soltos, arranjos de flores e passamos a maior parte do tempo na floresta em contato com a natureza.

Infelizmente devida as circunstâncias em que vivemos, pelos caminhos que percorremos de guerra e sangue, cada vez menos é realizada. Antes uniam se o máximo de famílias para partilhar desse momento, é triste ver o que se tornou. Todo ano me aflige a possibilidade de não realizarmos, é o meu respiro dessa vida de uma prisão sem grades.

Tanto poder para que? Sem liberdade, é como se vivêssemos na espera da fogueira, é como se esperássemos a chama nos queimar até virarmos pó, mas nunca queima, apenas presas a tora de madeira, amarradas, de mãos atadas vendo os dias vagarem esperando por algo que nunca virá. Nossa paz.

– Madelaine você viu Lili e Barbara por aí? – Morgui me questiona entrando em nosso quarto, mostrando que as procura. – Aqui elas não estão, como você pode ver. E não, não sei! Agora estou ocupada demais para saber o que essas duas andam fazendo. – Digo enquanto retiro de um baú os trajes da semana da lua.

– Você devia se importar sim, elas andam agindo muito estranhas, não me diga que não está curiosa para saber? – Morgui senta em sua cama me encarando como se me atiçasse. – Até estou, mas uma hora a gente descobre, não deve ser nada demais, deve ser alguma coisa bem chata aliás, vindo da Liliane toda certinha não saio da linha. – Faço uma careta em deboche. Lili sempre foi a típica prima mais velha, tinha que dar o exemplo. Certeza que não estaria fazendo nada demais, não colocaria nem a vida de um animal indefeso em risco. Morgui me olha reprovando minha atitude, mostro a língua para ela, que revira os olhos para mim.

– Temos coisas mais importantes para nos preocupar, a semana da Lua é daqui três dias. – Digo com firmeza, Morgui pensa e com seu suspiro longo e pesado, percebo que desistiu. – Aproveitando que está aqui, me ajude com isso, precisamos deixar os trajes de molho em lavanda e essência de jasmim.

Passamos a manhã toda nesse preparo dos trajes, estou muito empolgada com essa organização, dessa vez as tias nos deixaram encarregadas de preparar tudo, sem auxílio delas. Na verdade, não teria auxilio algum mesmo, estão em viagem, algo a se resolver no Conselho e talvez voltem a tempo do primeiro rito, se não, damos inicio sem nossas tias. O que quase custou o não acontecimento, mas eu jamais permitiria e abusei do meu poder de persuasão para convencer que não devíamos deixar de realizar.

– Parecem que as margaridas apareceram, olha elas ali no jardim. – Morgui diz olhando pela janela. Me ajeito para conseguir ver pela janela, estão as duas paradas conversando. De certo é, estão escondendo algo, um segredo, que ficará para ser descoberto depois. Não deixarei nada atrapalhar esse momento.

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