XXVIII - COLE

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"Amaldiçoado seja o amor que foi feito como castigo para a pior das criaturas

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"Amaldiçoado seja o amor que foi feito como castigo para a pior das criaturas."

Já haviam se passado alguns dias desde aquele miserável dia, e já faziam dias que eu não voltava ao castelo, pedi a Dylan que dissesse que sai para caçar bem longe dali. A verdade era que eu estava na cachoeira todo esse tempo. Devem estar atrás de mim como loucos. Mareska e os preparativos do casamento, Devon e as missões, mas não estou com cabeça para nada disso.

Perdi as contas das vezes que me banhei nas águas da cachoeira, não importa, nada do que eu faça faz com que saia de mim o que houve entre mim e Lili, para piorar ela está fixada em minha mente, como uma assombração a vejo e a escuto por toda parte. Sua voz sussurrando meu nome, seu olhar de quando a deixei na cabana, é insuportável.

- Uma bruxa, não é possível Cole, uma bruxa, aquela maldita bruxa... - Digo para mim mesmo, rindo de minha desgraça.

O pior nisso tudo, é que Dylan tem razão no que diz, mas estou sendo covarde e não sou capaz de admitir e aceitar, isso é demais para mim, é o próprio fim.

Já havia anoitecido, a lua parecia apenas um fio sorrindo, um sorriso que debocha de minha desgraça. Antes de voltar para o castelo resolvo mais uma vez adentrar a cachoeira, me engano acreditando que o barulho da água batendo nas pedras de algum modo silencie o barulho que me perturba. Fecho os olhos e é instantâneo, os olhos, aqueles olhos ansiosos e desesperados.

- Droga Liliane, droga! - Grito batendo as mãos na água e alguns pássaros se agitam. Passo as mãos pelos cabelos com tanta força que sinto que posso arranca-los. Respiro fundo e sinto que devo ceder e ver até onde isso irá me levar.

Fecho meus olhos novamente, flashs da cabana, daquele olhar... consigo sentir exatamente a sensação de seu toque em mim, como suas mãos apertavam minha pele, os dedos que acompanhavam as formas de minhas marcas.

"- Eu já não sou a mesma desde o dia que nossos olhares se encontraram, desde o dia que o destinou fadou-me a encontra-lo. - Seu olhar é vago para o nada, só vejo o cinza do azul de seus olhos."

"- Não deixarei que desista de nós, sabemos mais do que qualquer outra coisa que nosso destino é permanecemos um do outro, um pelo outro. Não temas luz de minha escuridão..."

" - Seremos eu, você, o resto e nada mais..."

Volto a ter a visão da queda da água nas pedras, mais visões confusas. Estávamos juntos, Lili sofria por algo e eu estava sendo quem a apoiava, pedia a ela para que não desistisse, que permanecesse.

O que sinto é um desejo incontestável de pega-la e ter em meus braços, e acabar com seu sofrimento, com nosso sofrimento. Qual será a resposta para isso tudo? O que estarmos juntos quer dizer? O que temos haver com o fim ? Seria nosso destino morrermos pelos nossos pecados?

UNDER THE MOONLIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora