Capítulo 6

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Yan ficou puto com a atitude de Ash. Logo kanda, com o telemóvel, alcançou-os sozinho.
-Esperem...também quero ir. Tu é que és o Peter? Prazer em conhecê-lo. És bonito mesmo - disse sendo gentil - Hoje eu e o baixinho aqui viemos para te animar e para dar-te um dia incrível.
-Ele não precisa de ti, não é Peter? - Ash usava todos os pontos da sua beleza - deixaste o nii-chan em casa? Não era melhor voltares?
Peter sentia-se um pedaço de carne cercado de predadores ali, mas gostava da atenção de Ash.
-O Yan não estava bem do estômago e a sua mãe chegou e ficou a cuidar dele. Ele pediu para eu vir mesmo assim. Deu-me até o endereço da casa do Peter.
-Vai tomar conta dele. Tenho certeza que a mãe vai deixar vocês em paz. Pet...vamos! Parque de diversão ou cinema?
Kanda achou que era brincadeira de Ash e apenas foi com eles, mas divertiram-se muito. Ele parou de implicar com Ash e ainda os arrastou para tomar um milk shake mais tarde.
Kanda acompanhou Ash até casa só para cumprir com o que havia combinado com Yan.
-Pronto, já estás entregue. Manda as melhoras para o Yan por mim.
Em casa, a mãe de Yan estava a pegar numa taça com um pouco de água fria para levar para o quarto de Yan.
-Oi Ash! Como foi o passeio? Gostaste filhinho? - ela beijou-lhe a testa - Não faças muito barulho. O Yan está doente e só conseguiu dormir agora. Podes levar água para o quarto dele e ver se ele ainda está com febre para mim? Porque estas escadas estão a matar-me.
Ash sentiu-se culpado na hora. Subiu e cuidou de Yan e quando viu que o maior estava melhor, acabou por adormecer sentado numa cadeira e com a cabeça na cama.
Yan acordou e colocou-o na cama, abraçando-o para dormir.
De manhã, Yan estava mal do estômago e por esse motivo acabou por acordar bem cedo e vestiu-se.
-Eu vou para o hospital, tá Ash? Podes fivar em casa. Já passaste a madrugada toda cuidando de mim. Fica em casa e ajuda a mãe.
-Hmm...
Disse ash ainda dormindo sem prestar atenção no que o maior dizia. Mais tarde, quando acordou, procurou Yan.
-Mãe...o Yan?
Depois que a mãe lhe contou, Ash sugeriu:
-Mãe, o Yan disse que sabias jogar xadrez. Podemos jogar juntos?
A mulher estava bem enferrujada, mas jogou com ele.
-Filho, gostas do Yan?
-Claro. Ele é meu irmão.
Ash dizia tentando esconder o verdadeiro sentimento pelo Yan e continuou:
-Sabes, eu nunca te contei, mas o Yan apoiou-me mesmo quando descobriu que o meu pai me estrupava. - Ash sorriu -Cheque-mate. Ganhei de novo. Vamos jogar mais um.
A mulher sorriu.
-Estão a namorar? - perguntou arrumando o tabuleiro para o novo jogo.
-Não mãe... - Ash disse de imediato, corando - Esforça-te para ganhar agora.
Ash prestava atentamente cada movimento da mãe de Yan até reparar numa jogada rara, uma jogada que Ash aprendeu quando pequeno.
-Onde aprendeste essa jogada? - Ash olhava-a.
-Quando era mais nova, a minha irmã mais velha ensinou-me. Ela era realmente boa. No fim acabei po viciar o Yan nisso.
-Ela...ela tem filhos? - sentiou-se nervoso.
-Não que eu saiba. Ela acabou por morrer pouco depois que eu tive o Yan. Ela afastou-se da família por causa de um homem. E esse homem levou-a embora...Queria matar aquele homem. Ainda acho que ele a matou. Até hoje tenho pesadelos com ela desaparecendo aos poucos. Desculpa, não devia falar dessas coisas assim.
-Posso...posso ver uma fotografia?
-Posso buscar semana que vem na casa da minha mãe. Podemos ir juntos até lá.
-Hmm... - baixou a cabeça - Eu vou subir para o quarto. Não quero jogar mais. Desculpa.
Ash pensou em inúmeras coisas, mas logo acalmou-se por pensar que a irmã da mãe de Yan não teve filhos. Deitou-se na cama de Yan e esperou por ele.
Yan chegou e viu-o cabisbaixo.
-Ei, estás bem?
Ele sentou-se com cuidado na cama, segurando a barriga.
-Isso pergunto eu - disfarçou com um sorriso - Como estás?
Mesmo ainda não tendo certeza, Ash decidiu afastar-se de Yan até ver a fotografia.
-Ah...a mãe disse que podia ir ver a tua avó na próxima semana. Vens connosco?
-Estou com pedra nos rins...Se eu estiver melhor, eu vou. Quero ficar perto de ti. - beijou a testa de Ash.
Estava claro que Yan não estava a fingir. Dava para ver que estava com a pulseira do hospital e as marcas do soro.
Yan entregou o panda com vestidinho de líder de torcida agarrado a uma peça da rainha de xadrez.
-Aqui está. Terminei antes de ontem, mas queria dar-te num jantar, mas estou sem dinheiro.
Yan estava mas quietinho naquela semana e Peter mandava mensagens chorando para Ash dizendo que não foi aceite em nenhuma faculdade, por algum motivo não entendia o porquê.
Yan chegou por trás de Ash e disse no seu ouvido:
-Sabes que és o namorado mais maravilhoso de todos? Se eu fiz algo que te incomodou, sabes que podes dizer-me, certo? Andas meio afastado. Se queres ir ver a minha avó, vamos sem problemas, mas não escondas o que estás a sentir de mim.
-Quero ir à tua avó sim, mas...eu não estou estranho. Tenho ido apoiar o Peter. Ele sempre manda mensagem a dizer que não está bem.
Entra uma nova mensagem e Ash mostrou para Yan.
-Vês? Eu vou ter com ele, sim? Até logo!
Ash saiu sem nem dar um beijo a Yan.

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