Yan dormia exausto na cadeira e só acordou um bom tempo depois, com a chegada da enfermeira e do namorado de Ash, que cheirava a cigarros, provavelmente de alguma casa de pachinko, um jogo local.
Yan acenou a Ash sem graça e com dor nas costas, estava prestes a sair.
-Disse para ires embora. Não precisavas de ficar aqui.
Ash tossiu pelo cheiro do tabaco e como tinha feito a doação para Yan, sentia mais ainda e não parava de tossir.
Yan voltou as costas para a porta ao ouvi-lo tossir.
-Amigo, sai da sala e deixe-o descansar. Volta quando não estiveres a cheirar a tabaco - disse Yan como um cão que protege o dono de estranhos.
-Eu só me engasguei - sorriu fraco - vai embora... - tentou parar de tossir.
Yan sabia que ele estava mal e fez-lo sentar na cama, fazendo-lhe um copo de água e abriu a janela.
-Calma...vai passar! Quando estiveres melhor, eu vou embora. Não adianta expulsares-me.
Logo a tia deles chegou e Yan ficou sem graça. Sentiu-se muito magoado pelas mentiras ainda. Assim que a mulher tomou os cuidados, ela saiu de cabeça baixa e triste.
-Yan...fala com a tia e eu...eu perdoou o que fizeste no passado...
Ash baixava a cabeça e sussurrava como na primeira vez que falou com Yan.
Yan arregalou os olhos na hora e saiu do quarto atrás da mulher e disse:
-Podemos tomar um café, mãe?
A senhora, já com as marcas da idade no rosto, recuperou o brilho no olhar e apenas acenou que sim com a cabeça e juntos foram à maquina de café conversar.
Ash suspirou com a saída de Yan e quis que desse tudo certo. Deitou-se, acabando por adormecer e meia hora depois, a mulher entrou com um sorriso de orelha a orelha e Ash acabou por acordar.
-Ouvir ele chamar-me de mãe é tão bom...eu conversei com ele e ele contou-me como está a ser difícil virar-se sozinho e por isso conversamos a respeito de vocês os dois e ele finalmente entende que seguiste com a tua vida. Dei-lhe a opção para ir morar com a tia dele por parte do pai, no Canadá e ele acabou por aceitar.
-É o melhor para ele.. - disse num sussurro, tentando sorrir - Quando é que ele vai?
A mãe olhou e disse:
-Ainda gostas dele, não é? Porquê que vais deixá-lo ir embora? Vocês são crescidos e devem tomar as vossas próprias decisões. Ele disse que iria daqui a duas semanas, após pedir transferência da faculdade, mas pode ir antes, se a faculdade liberar a transferência rápido.
O namorado de Ash foi a casa tomar banho e regressou ao hospital.
-Voltei amor. O que aconteceu?
-Nada. Chega aqui! - disse de braços abertos.
O jovem abraçou-o e deu-lhe carinho.
A mãe de Ash apenas olhou de longe e de vez enquando era chamada de sogrinha pelo jovem carinhoso.
Ash sorriu e depois disse:
-Amanhã de manhã já saio do hospital. Não é bom?
-Queres que fique contigo? - perguntou o jovem
-Não precisas. Vai à faculdade que eu prometo que vou ter cuidado. Ligaram-me do restaurante a dar-me 1 semana de repouso. Vou descansar.No dia seguinte, Ash teve alta e foi a casa tomar um banho e trocou de roupa. Saiu de casa, pegou no cartão que Yan lhes tinha dado e ligou-lhe.
-Yan, sei que é dia de faculdade, mas...podes vir ter comigo ao café onde íamos antes.
Yan levou um susto com a chamada.
-Ahnn...bem é que eu estou a partir hoje para o Canadá....mas podemos nos ver antes de eu ir sim...é que adiantaram os papéis da transferência e acabei por ganhar uma semana. Podemos ver-nos naquele strabucks perto do ponto do táxi.Yan estava de blazer e com um buque de lírios brancos, esperando em pé ao lado de duas malas de viagem. Sorriu ao ver Ash.
-São para ti. Sei que não deveria, mas comprei mesmo assim. O meu vôo só sai daqui a quatro horas, então temos bastante tempo para conversar e tomar um café quente.
Ash não esperou e perguntou:
-Porquê que tens de ir Yan?
O maior olhou-o e foi direto:
-Porque não consigo ficar perto de ti sendo apenas o teu irmão, porque invejo todos os dias o rapaz que chamas de namorado, porque já pensei em mil jogadas de xadrez absurdas e todas elas exigem que eu me sacrifique para que sejas feliz. NÃO me vês como eu te vejo. Eu entendo isso e prefiro saber que estejas feliz com outro do que forçado a estar ao meu lado. Acho que chamam isso de maturidade. Éramos crianças demais, inconsequentes demais. Agora somos adultos e sabemos a importância da nossa própria paz. É por isso que vou deixar-te em paz...talvez daqui a alguns anos eu consiga ir ao teu casamento e tu ao meu como bons irmãos.
Ele sorria tentando manter um bom clima e tentando mais convencer-se daquilo do que convencer Ash.
Ash agarrou-se a Yan, abraçando-o e começando a chorar.
-NÃO vás...não vás para o Canadá...
O buque caiu no chão quando Yan puxou-o para um beijo demorado que passava um sentimento aconchegante como o de um abraço que mata a saudade, de uma boca que à muito não encontrava a outra mas que jamais esqueceu o seu carinho
-Estou imdo também porque lá posso realizar o meu sonho de estudar em uma das melhores faculdades da minha área, mas não queria ir também sem te poder beijar uma última vez. Venho visitar-te a ti e à mãe em dois anos. Isso não é bem um adeus. É só um "vejo-te daqui a pouco"?
-Prometes mesmo voltar? - Ash estava trêmulo da emoção que o beijo lhe tinha causado - Tenho saudades tuas... - limpava as lágrimas.
-Eu também tenho...pena que só tenho mais três horas contigo.
-Queres ir a algum lado? Mas longe da faculdade. Eu tenho que contar ao Shoto com calma.
Ash sorriu feito bobo com fazia antes.
Yan estava a ter ideias safadas, mas onde poderiam fazer qualquer coisa em tão pouco tempo? E sem querer deixou escapar:
-Queria fazer amor contigo.
-Temos tempo para isso? - Ash corou.
-Acho que a pergunta certa é "onde?". Não queria amar-te em qualquer lugar...queria fazer-te sentir prazer por completo.
Ele falava isso enquanto ficava vermelho, porque só de falar ficava excitado.
-Não posso levá-lo para a minha casa, mas...quer ir a um motel?
Ash virava o rosto de tão vermelho que estava ao pensar num lugar daqueles.
Yan respondeu na hora que sim e puxou logo o telemóvel, chamando um uber para levá-los ao mais próximo.
Quando chegaram ao motel, Ash nem deu tempo de abrirem a porta do quarto. Beijou-o desesperadamente cheio de desejo. Fez Yan sentar-se na cama, tirando-lhe as calças e os boxeres, admirando o membro de Yan. Lambeu-o e chupou-o, usando a língua. Procurou a mão de Yan para ter junto à dele.
Pouco depois, levantou-se, despiu-se e tirou o resto da roupa ao Yan. Deitou-o para trás e colocou-se sobre ele. Pegou em lubrificante, colocou em seus dois dedos e colocou dentro de si. Gemeu um pouco, mas quando sentiu-se pronto, sentou-se aos poucos em cima do membro de Yan. Ash gemia, sentindo o membro do maior a pulsar dentro de si. Beijou Yan e começou a saltar.
Yan sentia tanta falta daquela sensação, que queria cada vez mais e sem perceberem transaram naquele quarto por seis horas seguidas, fazendo Yan perder o avião.
-Desculpa Yan... - dizia ofegante - perdeste o vôo por minha causa.
Ash abraçou Yan, dando-lhe um beijo na bochecha.
-Não me arrependo nem um pouco - disse também ofegante e depois beijou-he a testa e olhou-o com uma carinha safada - Vamos fazer de novo depois de beber água e comer algo?
Ele provocava-o movendo dois dedos dentro de Ash sentindo-o ainda molhado e viscoso do que fizeram horas atrás e sentia-o contrair, apertando os seus dedos. Beijou-he o pescoço e sussurrou:
-Gosto quando gemes e falas o meu nome. Perdes toda a tua timidez.
-Yan...tenho que voltar...para casa... - gemia e olhava-o - disse ao Shoto que ficava em casa.
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Dangerous game
RomanceAsh sofre de abusos do seu pai desde que sua mãe desapareceu e, um dia, reparou num folheto de clube de xadrez onde conhece Yan que faz de tudo para ter Ash como melhor amigo, descobrindo o problema do mesmo, ajudando-o da pior forma.