Kara:
Acordei aquela manha um pouco mais leve, Eliza já tinha falado comigo algumas vezes sobre contar a verdade para alguém, mesmo que fosse apenas parte dela e ela estava certa, a conversa que tive com Lena na noite anterior havia me deixado mais leve.
Ainda de olhos fechados percebi meu corpo sobre o dela, notei também um leve movimento nele, o que me deu a impressão de que ela estava me observando.
— Dá pra parar de me olhar? Devo estar um monstro... - Brinquei, não me importava nem um pouco
— Um monstro horrendo, tão feio que não consigo me mexer de tanto medo. - Ela provocou.
Isso me lembrou quando eu era criança, e eu dormia com Alex a filha de Eliza. Sempre fomos muito amigas desde pequenas, amizade essa que só ficou mais forte e virou irmandade ao longo do tempo, principalmente após a morte dos meus pais quando Eliza me "adotou".
Ela hoje além de ser minha irmã de consideração, estava à frente dos negócios da minha família, enquanto eu me mantinha apenas supervisionando de longe.
— Ah é? - Sorri travessa diante da provocação.
Com aquelas lembranças do passado, resolvi brincar com Lena do mesmo jeito que Alex fazia comigo, cócegas. O problema é que o tiro saiu pela culatra e logo eu é que estava morrendo de rir sobre a cama, até que meu olhar se prender nela, Lena...
Já havia percebido como seus olhos eram lindos, desde o momento em que nos conhecemos, mas dessa vez foi diferente. Lena então começou a aproximar seu rosto do meu, o que fez meu coração bater que nem um louco.
Meu olhar foi então à sua boca e comecei a me mover em seu encontro. Presa naquele sentimento louco e desconhecido, à instantes de beijá-la, meu telefone toca e me desperta para a realidade. Nos separamos rápido, a vergonha e tensão no ambiente era evidente.
— E... E... Eu vou tomar um banho e você atende o telefone com calma.
Lena saiu que nem uma bala em direção ao banheiro e eu fiquei ali ainda um pouco em choque. Quando peguei o telefone a ligação havia caído, mas pude ver que era da minha sogra, definitivamente não estava com cabeça para falar com ela naquele momento. O problema é que ela era uma pessoa insistente, e ligou novamente.
— Bom dia Lilian. - Atendi sem nenhum entusiasmo.
— Se arrume e me encontre no escritório da cerimonialista em meia hora, temos muitas coisas do casamento para resolver ainda.
— Não... - Respondi seca.
A minha paciência já vinha diminuindo com Olga para assuntos relacionados ao casamento. Tudo bem que era seu filho, eles eram próximos, mas pera lá, era meu casamento...
— Como não? Esse vai ser o casamento do século, temos... - A interrompi.
Eu já estava de cabeça cheia, como se não bastasse a situação do dia anterior com Liza, ainda tinha Lena... Quem nunca encheu um balão de festa e achou que dava para encher mais um pouco, mais ele acaba estourando na sua cara? Pois é, Lilian foi aquele ultimo sopro...
— Escuta bem Lilian... É você que vai casar comigo por acaso?
— Como é que é? - Ela me perguntou indignada.
E realmente não culpo a reação dela e tudo bem que ela não sabia de nada o que estava acontecendo, mas custava ter um pouco de tato? odeio brigar e discutir, mas não sou de ferro...
— Não é por nada, mas não acha que está exagerando um pouco não? Não são nem 7h da manhã e você liga do nada, nem diz nem um bom dia... Quer saber Lilian, essa conversa já me cansou, passar bem. - Desliguei na cara dela mesmo, resolvo isso depois.
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Minha chance de Felicidade (Karlena)
RomanceDepois de anos morando em Londres, Lena decide voltar para National City, médica, em parceria com uma amiga ela decide abrir sua clínica. O que não esperava era encantar com uma jovem de cabelos loiros assim que descesse do avião, Kara Danvers a no...