5° Capítulo

586 63 7
                                    

Kara:

Não foi fácil mas eu finalmente estava ali, na frente da porta do apartamento de Lena. Toquei a campainha e nada de alguém atender. Cheguei a pensar que ela não havia chegado ainda, mas como ela tinha ido embora algumas horas atrás e o porteiro me confirmou que viu uma moça morena passando com a maquiagem borrada, eu resolvi insistir mais um pouco.

—Já estou indo... - Lena grita e logo abre a porta - O que... - Ela para de falar ao me ver.

— Oi, tudo bem? Posso entrar? Sei que não esperava por mim, mas eu fiquei preocupada com o jeito que saiu.

— Po... Pode, mas como me achou? - Ela então me dá passagem.

— Envolveu tempo e um pouquinho de suborno...

— Você está brincando não é? - Perguntou levemente assustada.

Como Lena estava atrás da porta não havia notado, mas agora com ela parada à minha frente, pude ver que ela estava com os cabelos molhados e uma leve abertura no roupão que mostrava parte do seu colo.

Não sei o que me deu, mas ao ver ela daquele jeito, me fez sentir um calor...

— Kara?

— Então... Não foi bem... - Porque eu estou gaguejando meu Deus? - Não acha melhor colocar uma roupa? Eu espero.

— Ai claro, desculpa. Estava no meio do banho.

Ela corou de leve e não pude deixar de achar aquilo fofo.

Fofo? O que está acontecendo com você hoje Kara?

Ela saiu e tirei um minuto para analisar a sala. Era um lugar muito bonito, mas um pouco "feio" para o meu gosto, já que não havia nenhum quadro nas paredes. Sentei no sofá e a esperei.

Alguns minutos depois ela voltou com um jeans preto e uma blusa branca e se sentou no sofá ao meu lado, quer dizer, um assento de distância.

— É sério aquilo que você subornou alguém?

— Deus não... - Ri da sua cara de preocupação - Apesar da possibilidade ter passado pela minha cabeça.

— Mas como me achou aqui então? Tenho certeza que não te dei meu endereço. Espera... Como é que você subiu?

— Ok, vamos por partes... Meu carro tem gps, então liguei para a a seguradora e pedi a localização.

— Não sei como é aqui, mas duvido que eles te falassem assim.

— Realmente não falaram. Tive que ir lá pessoalmente e mostrar uma cópia da minha apólice. Chegando aqui, conversei com o porteiro. Esse aí já foi mais fácil de convencer já que ele te viu um pouco alterada. Depois de uma breve conversa, e acredite, não era só aí que ele queria parar... Ele deixou eu subir.

— Fácil assim? Vou ter que conversar com a Andreia sobre a segurança desse lugar.

— Fácil pra você que tava lá relaxando no banho... - Tive a impressão de ela ter engolido seco ao ouvir a palavra "banho" mas deixei pra lá - Mas me conta vai como você está?

— Eu estou bem mas preferia não... - A interrompi por causa da hesitação em sua voz.

— Olha, eu sei que a gente se conheceu hoje e entendo não confiar em mim, mas pode se abrir vai... A gente logo vai ser uma família e eu sinceramente queria muito ser sua amiga.

— A palavra "família" já perdeu um pouco o significado pra mim...
Mesmo com ela limpando rápido pude ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

Minha chance de Felicidade (Karlena)Onde histórias criam vida. Descubra agora