Capítulo 3 - Detective Edward Cullen

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O detetive Edward Cullen, do Departamento de Polícia de Houston, resmungava ao sair das Empresas Swan e ru­mar para sua nova incumbência: bancar o motorista de uma socialite mimada.

Edward conseguira conter-se diante de seu capitão, mas questio­nara a necessidade de ajudar George Deeds a angariar mais fundos para a campanha de reeleição.

Diplomático, o capitão Morris declarara que prender Jacob Black representava uma estratégia política, e também pontuara que a impunidade de Black era um péssimo exemplo para os mais jovens.

Na opinião de Edward, bajular uma herdeira voluntariosa não fazia parte do serviço policial. Contudo, era o único detetive do depar­tamento que possuía uma licença especial de motorista, graças a tio Marcus. Marcus Cullen tinha uma pequena empresa de alu­guel de limusines, onde Edward trabalhara durante a faculdade e ainda ajudava o tio de vez em quando.

Evidentemente ele argumentara que uma licença dessa não seria necessária para tomar-se motorista de madame. O capitão Morris não se abalara, entretanto. Deeds, sem dúvida agindo sob o co­mando de Charlie Swan, insistira nesse pormenor.

Aquela missão seria uma perda de tempo. A probabilidade de Jacob Black retomar ao país atrás da esposa era quase nula.

Edward suspirou, resignado. Não havia escolha; tinha de bancar o motorista da Sra. Black. Porém, se a situação ficasse tediosa demais, poderia tentar uma pitada de insubordinação. Isabella Black devia ser tão adulada que não toleraria insolência.

Relutante, abandonou a idéia. Jamais evitara ou descartara um encargo, e não começaria agora. Agüentaria o tranco e rezaria para que o caso se resolvesse antes do Natal.

A mansão dos Swan surgiu tal qual o cenário de um filme. Chegava a ser opressora de tão grande. Edward dirigiu a caminhonete até os fundos da residência, onde, na garagem, avistou apenas dois veículos: um Cadillac e um conversível vermelho.

Após estacionar, atravessou o gramado e tocou a campainha. Uma mulher simpática veio atender. Aparentava ter quarenta e poucos anos e usava um avental.

— Sim?

— Sou Edward Cullen, o novo motorista. O Sr. Swan exigiu que eu me instalasse ainda hoje.

— Entre, Edward. Sou Sue Clearwater, cozinheira e governanta. Posso lhe servir algo? Um café?

— Não, obrigado. Gostaria de me acomodar o mais rápido pos­sível.

— Certo. Vou pegar as chaves. — Sue abriu uma gaveta e co­meçou a explicar: — As refeições são realizadas na cozinha. Pre­paro o desjejum entre sete e oito da manhã. O almoço é ao meio-dia. O jantar, às sete. Avise-me quando for comer em outro lugar.

— Comerei aqui? — Edward se surpreendeu. — Não há uma co­zinha no apartamento do motorista?

— Há, sim, e é bem equipada. Verifiquei esta manhã, enquanto a equipe de limpeza trabalhava. O apartamento sobre a garagem não é usado há anos.

Enfim, Sue encontrou as chaves.

— Não se preocupe. O lugar ainda está habitável. Mas não ingerimos frituras aqui, apenas alimentos que fazem bem ao coração. — Sue acrescentou com voz baixa - Pelo menos, enquanto eu for à cozinheira.

— Não sou fã de minha própria comida. — Edward imaginava que poderia obter informações interessantes na cozinha. — Não me importo de comer com os demais criados.

— Você e eu somos os criados. — Sue riu. — Não há mordomos ou arrumadeiras.

— Cuida desse casarão sozinha?!

Boa Noite Cinderela Fase I e IIOnde histórias criam vida. Descubra agora