Chapter 5

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A noite havia chegado, minha mente se manteve no foco em um plano mais que essencial para encontrar o diário e levá-lo comigo sem a percepção de Martha, o que seria algo difícil de realizar. Assim, Dominic e eu descobriríamos a sua origem de vida, apesar de ser bem estranho o fato de estar preocupada com um garoto metade lobo raptor que só me trouxe uma noite pior do que meus próprios pesadelos.

9:13pm
Quando estava preparada para me deitar após um dia longo acompanhado por uma terrível manhã, ouvi três toques vindos da porta do meu quarto, os quais me fizeram pensar que poderiam ser meus pais com o desejo de me avisarem algo, então fui abri-la.

Logo vi que era somente a minha mãe, a mulher mais linda e mais forte que já conheci em toda minha vida, seu nome era Lovise...sim, os nomes noruegueses não costumam ser tão usuais, mas o seu era primoroso, as pessoas a apelidavam como "Lovy" na língua inglesa.

Pediu-me para que a deixasse entrar no meu quarto, e obviamente eu a dei total espaço, então pude ouvir:
– Filha, suponho que já esteja velha demais para guardar segredos!
Me assustei ao escutar aquelas palavras e ao sentir o seu tom de voz, toda a minha personalidade estaria em jogo se ela estivesse se referindo à noite da invasão, o que significaria que haveria mais uma enrascada...respondi:
– Mãe, do que está falando?
Ela prosseguiu:
– Oh, por favor, sabe exatamente do que se trata!
Suava fria, já não havia mais o que dizer ou alguma maneira efetiva de contá-la tudo, disse:
– Eu posso explicar, mãe!
Foram as minhas últimas palavras antes de me tornar uma jovem com sua imagem denegrida fora de casa.

Pouco antes de minha mãe finalizar a nossa conversa completamente inesperada, ouvi uma voz...a voz de um garoto que se encontrava na porta:
– É um prazer enorme ser recebido em sua amável residência, Senhora Lovise!
E finalmente ela teve sua última declaração:
– Por qual motivo não me contou que tinha um novo namorado?
Virei-me para o garoto, e lá estava Dominic, com seu meio sorriso ousado e irritante.

9:22pm
O arrastei para longe do meu quarto, onde minha mãe não pudesse mais nos escutar, e sussurrei:
– Que história é essa de namoro, Dominic?
Respondeu-me:
– Ah, qual é, como iria entrar se não tivesse alguma intimidade com você? Ela precisava acreditar!
Nos primeiros segundos ainda me encontrava irritada, mas necessitava ter calma para dizê-lo:
– Quer saber? Me diz a razão de estar aqui, e ao sair vamos terminar este namoro hipotético!
Dominic teve que concordar comigo, e então fomos até o meu quarto e trancamos a porta, desse jeito não haveria o risco de meus pais escutarem mais uma de nossas conversas insanas e sobrenaturais, onde apontávamos o fato de que estava tendo um diálogo com um garoto mais velho do que o clássico e humano Norman Lear.

Dominic pôde ser direto:
– Não estou aqui para te raptar de novo!
O respondi:
– Bom saber, mas o que faz aqui?
Ele decidiu sentar na minha cama como se fôssemos grandes amigos desde a infância, até dizer:
– Me deparei com o Luke hoje, em um lugar onde jamais esperaria vê-lo!
Havia tocado minha curiosidade:
– Onde?
E por fim, finalizou:
– Em um dos terraços dos maiores prédios em frente ao Central Park, o que significa que...
Fiz questão de completar a sua frase:
– Ele pode ser uma criatura mitológica, não pode?
Dominic afirmou:
– É a única explicação! Humanos não teriam a capacidade de subir tão alto!
Ao ouvir tudo aquilo, recordei-me da fala de Luke durante a manhã, onde estava ao meu lado do banco, no colégio...o momento em que eu deveria tê-lo dado uma atenção maior.

11:08pm
Após algumas horas, pude deitar sabendo que me encontraria com o Dominic no dia seguinte para que pegássemos o diário e logo depois resolvêssemos todas as situações contestáveis juntos. Tive a decisão de checar o meu celular antes de adormecer, até colocá-lo ao lado do abajur, mas notei uma nova mensagem de Martha antes disso, e a li:
"Gwen está ferida, Luke a tocou, ela não consegue me contar exatamente o que aconteceu, estamos na minha casa, sei que é tarde mas preciso de você."
Lendo aquilo pude sentir a culpa com todo o seu peso, como se carregasse uma grande bigorna de ferro nas minhas costas, pois eu poderia ter feito de tudo para impedi-la de encontrá-lo, mas não fiz.

11:33pm
Martha havia me atendido em sua porta, pus o meu casaco no sofá da sala de TV logo depois de avistar a Gwen com seu braço esquerdo sangrando por conta de um corte não tão profundo mas nada legal.

Sentei-me ao seu lado enquanto Martha a observava, mas permanecia de pé, então a ouvimos dizer:
– E-ele...perdeu o controle!
Eu a questionei:
– O que você quer dizer com "perder o controle"?
Gwen levantou sua cabeça levemente e nos disse:
– Estávamos nos beijando, até que seus olhos não eram mais...os seus olhos!
Martha tentou compreendê-la melhor:
– Como assim? Precisamos de especificações!
Gwen ainda se encontrava trêmula e afundada em suas próprias lágrimas, mas foi direto ao ponto:
– Seus olhos brilhavam na cor azul, como lentes de cristais em seu rosto, logo depois ele me pediu para se afastar, começou a tossir e ter os seus cabelos na cor branca, seus fios tiveram uma mutação...
Martha a interrompeu:
– Sem enganações, Gwen!
Senti que ela não pôde acreditar em toda a situação, achava que sua amiga poderia estar delirando, mas não...eu sabia que não estava, perguntei:
– Gwen, como você pode nos explicar o corte?
Ela continuou:
– Luke fez com que uma faca metálica de ataque surgisse em suas mãos, como magia! No fim de todo o descontrole, tentei me aproximar dele, e pelo que aparenta agora...não foi uma boa ideia!
Com toda a sua desumanidade descoberta, tive a conclusão de que elfos negros existiam, e estávamos prestes a lidar com um deles.

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