Era noite de ensaio e eu paro a moto na frente do pub do Nelson com meu case de guitarra nas costas. O nome do lugar; Splatterhouse. Era uma lounge de Rock e Metal bem popular na região. O lugar estava lotado, noite de sábado. O Nelson falou pra eu ir buscar ele, que ele ia deixar os funcionários cuidarem do local. Esse filho da mãe queria é ir pro estúdio de ensaio na minha moto. Já estava a seis meses pedindo. O Nelson é um bom amigo, então eu deixei. É que nesses seis meses ele nunca testava sóbrio. Eu adentro o pub e falo com meus amigos e passo pela minha ex dando trela pra um pseudo-nazista. O pub era frequentado por punks, skinheads e os metalheads. Ainda bem que não vinham todos nos mesmos dias. Só os que eram de boa. O Nelson queria saber é da lotação, se tivesse pagando tava de boa pra ele. A minha ex com aquele cabelo tingido de loiro nos amassos com um careca e achando que estava fazendo ciúmes. Coitada. O Nelson vem falar comigo com aquela máscara de Jason e o cabelo longo e enrolado, ele toca o baixo na banda. Coloca uma distorção nele e tem o momento dele tirar uma pira fingindo que é uma motosserra. Os pirralho pira.
— Fala Nelson!
— É Jason, porra! Você tá bem, Drácula? — esse era o meu álter ego. Cada um na banda tinha um diferente.
— Vamos pro ensaio! Hoje você vai de moto, seu porra!
— Há! Aí sim, Drácula. Vamo vaza daqui que eu já dei a letra pros fiote cuidá do bar.
— Eles vão tomar o teu estoque e roubar a tua verba seu capitalista de merda.
— Que se foda! Só falei pra eles num dá perda total, senão eu mato eles. Hoje tá até tranquilo pra um sábado.
— Já confessou o crime? — eu rindo e ele com aquela máscara me olhando.
A gente sai do bar e as garotas me olhando. Acho que já comi todas ali. Depois da primeira, as outras vieram matando em cima. Devo ter agradado. E eu pensando na Urda outra vez. O Nelson se fodendo pra dar partida na moto. Conseguiu. Eu dou o capacete pra ele e coloco o meu e vamos pro estúdio.
— Vê se num encosta essa tromba em mim!
— Tá com medo de gostar, Jason?
— Sai fora Drácula! – o Nelson rindo e acelerando a moto.
— Olha o limite, seu puto!
Depois de um tempo a gente chega ao estúdio e se encontra com os outros três membros da banda. O Jens "Snow", ou gringo. O apelido veio porque ele é muito claro e loiro. Ele veio da Finlândia e ficava ali imerso no laptop digitando os programas dele. Veio pro Brasil pra trabalhar como programador, é muito calado o Jens. O outro mais gordinho e forte igual um boi, era o baterista. Celso "Demolidor" ou gordo como o pessoal chamava. Era professor de história da federal, uma pessoa muito culta. O magrelo era o vocalista. O Léo "Skull" que era tatuador no shopping, muito talentoso. Ele que fez todas as minhas tattoos. Ele tinha raspado a cabeça. Eles levantam pra falar comigo e com o Jason, enquanto esperávamos a outra banda terminar de ensaiar. O proprietário do estúdio era um senhor bem gentil e bem senil também.
— Ou Skull? Virou careca, seu puto? Por que raspou a cabeça seu filho da puta? Vai pagar de nazi? — perguntava o Jason dando um tapa na cabeça do Léo.
— Ai! Para Jason! Eu raspei pra tatuar a cabeça, se cabelo fosse bom não nascia no cu, seu puto!
— Oi, Iasson. Oi, Draacuula. — o Jens e esse sotaque dele.
— É Di- ei – zon, Snow. Iasson é a tuas quenga, seu arrombado!
A gente gargalhando da cara do Snow e ele sério voltando a programar, meio que sem entender o que era quenga e arrombado.
— Boa noite pra vocês! Você tem que entender as diferenças linguísticas, Nelson. — dizia o Celso com aquela voz eloquente. — O jota se pronuncia i na Finlândia, a terra dos lagos...
— Nem começa Demolidor. Guarda essa palestra pro pessoal que faz missanga na federal.
— Mesmo assim, seria interessante se levássemos o Jens para socializar na metrópole. Faz um ano que ele está aqui nas terras tupiniquins e totalmente alienado a nossa cultura. Isso poderia ajudá-lo a melhorar o Português e as habilidades de interações sociais. — O Jens olhando e o Celso falando com aquela voz grossa e suave dele.
— O único que tá com tempo é o Vlad. — o Léo joga pra mim.
— A ideia foi minha, porém tenho muitos trabalhos para fazer correção. — o Celso já deu pra trás.
— Eu acho que a gente devia falar em inglês como era antes. — diz o Nelson cruzando os braços com aquela barriga de chope. Pior companhia pro nosso amigo gringo. O Jens ia virar um bêbado ou um aspirador de pó.
— Tudo bem! Eu levo o Jens pra dar uma volta, se ele aceitar.
— Obrigada, Vladmir. Do. Obrigado. — o Jens digitando e mesmo assim escutando o que a gente estava falando. Perece que ele aceitou mesmo dar uma volta.
A outra banda sai do estúdio e era a nossa vez. Foi um bom ensaio, entrosamento bem forte. Depois do ensaio, o Nelson volta na moto pro pub dele e eu vou pra minha casa dar uma boa dormida. Sem bebidas essa noite. Só a Dinha na minha mente.
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Dinha e Lana
Teen FictionOi, meu nome é Urda! É isso mesmo.... Urda. Imagina o bullying. Ai, que ranço! Não do Bullying , isso eu já tô acostumada. Essa aula de Física que é uma bosta! O professor Hugo fica falando muito.... meu pai falava de física diferente, tipo mais cla...