2. Primeiro Capítulo

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Allison POV







Tudo começou quando éramos pequenos. O Dylan nasceu e era o filho único amado, até eu ter aparecido. Ele ficou furioso pelos nossos pais terem de partilhar o amor pelos dois. Na altura eu não me apercebia mas não é assim que um irmão se deve sentir.

Claro que é normal haver aquele ciúme de primeira mão mas após isso acho que devia vir o amor e a excitação pela novas aventuras que vais puder ter em família e no quão bem tu e o teu irmão/irmã se vão dar. Mas com o Dylan parece que esse ciúme nunca passou, parece que não importa o que eu fizesse ou dissesse ele sempre iria ter este ódio ou raiva de mim.

A princípio eu tentava fazer de tudo para o agradar, afinal de contas ele é o único irmão que tenho. Ele é a pessoa que um dia mais tarde vou apresentar como tio aos meus filhos mas sinceramente já não tinha a certeza se num futuro próximo ia querer que Dylan continuasse a fazer parte da minha vida.

Tudo nele era tão sombrio e frio.

Eu via o Dylan como meu ídolo, ele no entanto sentia exatamente o oposto e odiava-me. E pelos vistos, tudo indica que ainda se sente assim. Perdi a conta de quantas vezes parei para me perguntar os motivos das nossas desavenças e quantas vezes tentei criar soluções mas era impossível, parece que não existe um realidade onde ele se sinta bem por me ter por perto ou em que tenhamos uma conexão genuína como irmãos.

Ele passa a vida a fazer questão que eu saiba que eu lhe arruinei a vida, o que na minha opinião é um exagero. E parece nem ter noção que quem agora dificulta a minha é ele; ou na verdade até tem e é esse o seu objetivo... Ficou bem claro que maioria das inúmeras atitudes malignas que ele tem para comigo são de forma propositada e que tem prazer em fazer-me sentir miserável. Ele gosta que eu o tema e faz de tudo para que a nossa relação se mantenha assim, à base do medo e não do respeito.

Eu bem que tento agradá-lo mas nunca nada é suficiente. Ele escolheu odiar-me e eu continuo sem fazer a ideia do porquê.

Levantei-me da cama e olhei para o relógio: 01h30 da manhã... e dou por mim a perceber que vou passar mais uma noite em claro. O bom é que estamos de férias, caso contrário seria bem difícil aguentar no dia seguinte.

Fui até à cozinha, liguei a luz e procurei pelo armário. Estiquei o braço permitindo-me alcançar um pacote de cookies e abri o outro armário retirando de lá um copo vazio.
Arrastei-me até ao frigorífico e sento um leve arrepio quando abro a porta. Retiro o leite e despejo um pouco no copo, meti a comida num tabuleiro e comecei a traçar o meu caminho lá para baixo muito devagar.
Não quero acordar ninguém, muito menos ele visto que o seu quarto é mesmo aqui ao lado.

Desci o pequeno lance de escadas que me dava acesso àquela sala onde costumamos conviver. Liguei o grande ecrã e comecei a comer. Abri as cookies e dei um gole no copo de leite fresco.

Olhei para a televisão e reparei que não tinha interesse no programa atual. Peguei no comando e ouvi um tossir seco vindo da porta, desviei o meu olhar até ela e quase que me engasguei quando vi a figura de um Dylan meio ensonado mas com uma expressão fria parado à porta. Engoli a seco e levantei-me logo.

"Desculpa, já me vou embora." Disse levantando-me. Tudo o que mais queria era retirar-me daquela divisão sem sofrer um dos ataques dele.

"Estavas a fazer o quê?" Disse enquanto me agarrava de forma a não puder fugir. Pressionava o meu pulso com rigidez, o que me causava um pouco de dor mas preferi ignorar e responder à sua pergunta rapidamente.

"Não conseguia dormir, por isso vim para aqui. Mas desculpa se te acordei..." Expliquei-me.

"Acordaste pois! Vê se baixas o som dessa merda!" Gritou fazendo-me encolher com o seu tom de voz. Odeio quando gritam comigo.

The Monster // Dylan O'brienOnde histórias criam vida. Descubra agora