III - Sydney

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A brisa do mar e o sol faziam Megan se sentir em casa. Faltava pouco mais de três meses para o fim da turnê, algo que a deixava um tanto quanto receosa. Em três meses a maior aventura de sua vida teria fim, mas isso não significava que os próximos capítulos dessa história ainda não fossem a surpreender.

Quando Calum disse que queria apresentá-la para sua família ela não hesitou em aceitar, mas agora que estavam a pouco mais de 10 minutos da casa onde Hood havia crescido ela sentia as mãos tremerem como no dia em que se conheceram. Sempre ouviu do jovem como sua família era importante para ele, onde os pais sempre o apoiaram e como ele sentia falta dos mesmos todos os dias.

Assim que estacionaram em frente ao imóvel, Hood saiu rápido do carro. O chinelo que usava e a bermuda jeans faziam com que ele parecesse ser só mais um garoto australiano qualquer, que voltava de um intercâmbio ou da faculdade para rever sua família. Megan não negou que achou a escolha de roupas um tanto quanto adorável.

    – Querido! – A mãe de Calum abriu os braços para o jovem, que correu a abraçando. – Ah, senti tanto a sua falta.

    – Eu também, mamãe. – Ele ria empolgado.

    Megan se aproximou um pouco envergonhada, fazendo Calum a puxar pela cintura ainda sorrindo.

    – Mãe, essa é Megan Hathaway. – Disse o moreno. – É dela que eu venho falando ultimamente.

    – Então essa é a famosa Meg, venha aqui, querida! – A senhora Hood não hesitou em abraçá-la também, fazendo-a se sentir bem mais confortável no local. Megan foi apresentada para toda a família, sendo recebida com abraços e elogios de todos os lados. Era como se ela já fosse de casa, o que fazia o momento ainda melhor.

    Após o almoço, Calum seguiu com Megan para seu antigo quarto. Os posters de suas bandas favoritas - agora desbotados, preenchiam as paredes, fotos de um Calum de 14 anos estavam espalhados pelo local e, ao canto perto da cama, era possível ver um cutout de papelão do mesmo em tamanho real, uma adição peculiar de sua mãe.

    – Bem-vinda a terra de ninguém. – Hood disse, enquanto desmontava sua figura em tamanho real de papelão. – Ignore meu irmão gêmeo, mamãe disse que é bom para matar a saudades.

    – Achei fofo. – Megan comentou, pegando um dos porta retratos na escrivaninha. – Você era uma gracinha.

    – Isso é porque ainda não viu minhas fotos de bebê. – Ele riu, sentando-se na cama.

    – Você e os garotos sempre foram próximos, não é? – Hathaway sentou-se ao lado do jovem, mostrando a foto que tinha em mãos.

Na foto, Michael, Calum, Luke e Ashton estavam sentados em um sofá, com os instrumentos na mão. Deviam ter entre 14 e 16 anos, quando tudo tinha começado. A lembrança fez Hood deixar um sorriso escapar, se lembrava daquele dia como se fosse ontem, onde tudo que eles possuíam hoje não se passava de um sonho.

    – Eles são meus melhores amigos. – Admitiu. – Acho que não teríamos ido tão longe se não fossem.

    – É estranho pensar que todos nós já estivemos nessa posição. – Megan comentou, colocando o cabelo atrás de sua orelha. – E olha só, três meses para a turnê acabar, praticamente todos os shows esgotados.

    – Em breve será a sua turnê. – Calum sorriu. – Vocês são ótimos, Meg, eu soube que iam conseguir no segundo que entraram no estúdio. – O jovem segurou o rosto da garota, acariciando sua bochecha com o polegar. – Vocês têm a mesma coisa que eu e os garotos temos, é como se uma linha invisível nos conectasse. Não me vejo fazendo isso sem eles e, de verdade, acredito que você sinta o mesmo em relação a sua banda.

    Ela sorriu, concordando. Tomando impulso. Calum juntou seus lábios em um beijo delicado, sentindo as borboletas em seu estômago tomarem conta de seu corpo. Ele sabia que Megan era a garota, aquela que ele queria escrever canções de amor para e com ela, quem ele correria atrás após um dia cansativo apenas para ouvir suas piadas estúpidas e quem ele queria passar o resto da vida com.

    – Calum, querido, por que... – A mãe de Calum entrou no quarto, parando de falar no segundo que os viu. – Ah! Me desculpe.

    – Tudo bem, mãe. – Ele sorriu, puxando Hathaway para perto enquanto a abraçava.

    – Ia sugerir que levasse Meg na praia, sei que sente falta de ir lá e é um lugar esplêndido. – Sorriu, ainda envergonhada. – Eu e seu pai iremos buscar sua tia e primos para o jantar, então pensei em deixar vocês lá.

Calum olhou para Megan, esperando um sinal de se gostaria ou não do passeio. Ela retribuiu com um sorriso, entregando que gostaria.

    – Seria ótimo. – Ele se levantou. – Vou só ajeitar a mochila com minhas coisas.

    O percurso até a praia não foi muito longo. Os pais do moreno faziam Hathaway gargalhar no banco do carro ao contarem as histórias de quando o mesmo ainda era uma criança, o deixando vermelho. Quando chegaram no litoral e a areia tocou seus pés, os dois se olharam como se conseguissem se comunicar daquela forma, dizendo em unissom:

    – Corrida até o mar!

    Como duas crianças, os dois corriam enquanto removiam as peças de roupas que os atrapalhavam. As gargalhadas do casal podiam ser ouvidas a quilômetros de distância e eles sabiam que aquele momento estaria guardado em suas memórias pelo resto de suas vidas. Quando a primeira onda quebrou nas costas de Megan, ela precisou ser segurada por Calum para que não fosse arrastada de volta para a areia.

    Pegou impulso e abraçou o mais alto, enrolando as pernas em sua cintura. O sol batia em sua pele, deixando-o ainda mais bonito - se é que isso era possível. Calum juntou suas testas, fechando os olhos e apenas curtindo o momento de paz que tinham. Megan o imitou, ficando calada enquanto sentia a água gelada se mover ao redor de seus corpos.

Eles nem ao menos perceberam quando mais um beijo deu-se por iniciado e, como estavam presos em sua bolha particular, não perceberam os fotógrafos que tiravam suas fotos do píer mais próximo também.

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