Contagem regressiva

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Paul

- Então está resolvido, vão levar Sam para a casa de sua avó no Brasil?

- Sim – ela se senta no sofá da sala – Você tinha de ver quando ele parou e me chamou, ele estava lembrando Paul, tenho certeza.

- Olha Cássia – solto um suspiro e sento do lado dela – Isso já aconteceu várias vezes na escola, quando ele te olha posso perceber que ele para literalmente, mas talvez esteja aprendendo a gostar de você novamente.

- Não, algo está errado – ela coloca as mãos nos cabelos e em seguida roe as unhas – Por isso vamos leva-lo para casa da minha vó, ela é boa nisso.

- E como vamos fazer isso?

- Vamos não, você vai convidá-lo pra passar as férias com a gente na casa da minha vó.

- E se ele não lidar muito bem com isso tudo – solto um suspiro – E se ele...

- Isso não vai acontecer Paul – ela se levanta – Mas temos que pensar primeiro em você.

- Em mim? – fico um pouco confuso – Por que?

- Temos que convencer a sua mãe deixar você ir comigo para o Brasil.

- Com certeza ela não vai deixar – dou um riso sarcástico – Sem chance.

- Isso é preciso Paul.

- Cássia ela nunca vai deixar, ao menos que você tenha algum feitiço pra mudar a cabeça dela – dou uma risada- Mesmo se tivesse seria impossível.

- Você é um gênio! – ela se levanta e vai até a saída de sua casa – Mãe, vou acompanhar o Paul até a casa dele.

- Tudo bem, mas tenha cuidado filha! – grita a mãe dela de volta.

- Não vou não, eu não disse que ia embora – cruzo os braços.

- Vem logo Paul!

- Tá bom – saio com ela em rumo a minha casa – Seja o que for que quer fazer  já vou avisando, tenha cuidado.

- Eu sempre tenho – ela me dá uma piscadela e seguimos nas ruas até chegarmos em casa.

***

Quando chegamos em casa notamos algo estranho. A porta de casa estava totalmente aberta e a bicicleta de Sam estava jogada no quintal da frente.

- Ele está aqui! – Cássia pega meu braço apertando com força.

- Ai ai! Doeu – passo a mão pelo meu braço – Olha é melhor você ficar aqui fora, eu te aviso quando ele for embora.

- Tudo bem – e então ela se afasta e desaparece num piscar de olhos.

- Minha nossa! – fico procurando ao redor desesperado – Cássia cadê você?!

- Aqui – sinto algo cutucando meu ombro esquerdo – Não fique com medo é apenas um feitiço de invisibilidade.

- A cada dia que passa fico com mais medo de você.

- Bobo – ela me dá um tapa na nuca – Agora, vamos entrar e descobrir o que aconteceu, vou estar logo atrás de você.

Ao entrarmos na casa vejo minha mãe desesperada com o telefone na mão, ela estava tremendo da cabeça aos pés. E então eu vejo, Sam estava deitado no sofá todo desengonçado, com certeza estava inconsciente.

- Mãe! – vou correndo para a sala – O que aconteceu? Ele está bem?

- Ai meu filho! – ela me abraça forte chorando – Eu matei ele!

A saga Sorcière - DesterroOnde histórias criam vida. Descubra agora