Prólogo

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Sam

 Ainda não descobri quem é a garota nova da escola, ela é da mesma classe que eu. Mas dentro de mim, bem no fundo, me parece que ela é especial e preciso conhecê-la. Mas primeiro tenho que saber informações dela, da onde era quantos anos tem, se se mudou recentemente - embora essa ultima informação eu tenha quase certeza – será que é aluna de intercambio? .

Andando pelos corredores, tenho uma ideia. Vou à diretoria para saber dessas informações.

- Sam! – Alguém me grita ao fundo, viro-me para trás e tenho uma surpresa.

- Paul? O que... Por favor, cara, não tenho dinheiro, meus pais não... – Antes de terminar a frase, Paul me puxa e me da um abraço. Fico sem entender nada, parece que de uma hora pra outra sinto que ele está um tanto, amigável.

- Obrigado cara, de verdade se não fosse por vocês, eu não estaria vivo! – ele tira algo do bolso esquerdo de sua calça – Toma, fiz pra nós dois.

Ele coloca a coisa em minha mão, parece, ou melhor, é uma pulseira da amizade, que parecia ser feita a mão, com linhas das cores azuis e vermelhas e com uma ancora de prata entre as duas linhas.

- Paul, você fez isto? – pigarreio um pouco – Digo até três semanas atrás você não era meu amigo, e que história é essa de nós termos salvado sua vida?

Ele me olha por um instante e olha por cima de meu ombro, parece estar encarando alguém. Olho para trás e não vejo nada.

- Paul, bom muito obriga... – ele me interrompe.

- Conversamos outra hora Sam, tenho que ir.

E então ele passa por mim, e vira no corredor a direita. Ao olhar de relance, me pareceu que ele estava atrás de alguém com cabelos ruivos, alguém não. Uma garota.

***

Sentado no banco da porta da direção, escuto os berros do diretor com um aluno.

- Mas uma dessa você estará expulso rapaz!  - bater na mesa – Está claro!

A porta se abre, e um garoto com cabelos longos escuros, segurando uma advertência nas mãos passa por mim. Talvez seja apenas impressão minha, mas, me parece que ele estava me encarando, um olhar sem vida daqueles olhos escuros.

- O que foi agora Sam? – O diretor Steve está parado na porta, com as mãos na cintura e suado, deve ter gritado muito.

 - Bom senhor diretor, preciso de algumas informações de uma aluna.

- Não posso te dar essas informações – ele me olha de baixo pra cima – por acaso é algum tipo de aproveitador Sam?

- Não, não, que isso diretor – suspiro e penso em alguma desculpa – É para o jornal da escola.

- Bom, se for pra isso, passe amanhã - ele se vira para entrar na sala, e quando vai fechar a porta, coloco meu pé para não fechar.

- Mas preciso dessas informações pra hoje diretor.

- Olha aqui seus projetos de adultos com hormônios acelerados – ele faz uma cara de bravo para mim e chega bem perto de meu rosto – Eu aturo vocês todo o santo dia, não venham querer passar por cima de minha autoridade, e, aliás, já bateu o sinal para ir embora, por que esta aqui ainda? .

- Amanhã é sábado e eu preciso das...

- Então passe segunda-feira – ele me pega pelos ombros e me vira pra direita – Agora vá embora.

Sou o último a sair da escola, depois do que o diretor me disse, me sinto um pouco envergonhado de passar na sala dele na segunda-feira. Tenho que ir embora de a pé, pois perdi o horário do ônibus, tentando convencer o diretor.

A saga Sorcière - DesterroOnde histórias criam vida. Descubra agora