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Ela caminhou mais para dentro do consultório e nós a seguimos. Dentro de uma sala estava toda a família, envolta de uma maca. Diana segurava a mão de Melina e Táles estava perto de seus pés, as outras meninas sentadas e os meninos no canto da sala.

Puxei Rick para ficar ali e ele ficou entre Jonh e Theo.

- E aí? - Ele os cumprimentou. Diana se virou pra mim e depois para Thea.

- Rick, você não prefere ficar lá fora?

- Claro, com licença. - Ele saiu correndo e eu me virei pra ela.

- Desculpe o trazer, era a única forma deu sair de casa.

- Não era pra você estar aqui. - Thea rosnou, mas a mãe a repreendeu.

- Eu sei, mas Melina é como se fosse minha irmã mais nova. Não poderia deixar ela ficar mal sozinha. - Disse e peguei a mão da menina, estava fria.

Thea segurava seus ombros e rezava algo em grego junto à suas irmãs.

Melina abriu os olhos e respirou fundo.

- Pega água. - Táles entregou o copo d'água e a mais nova deu leves goles.

- Eu preciso... Eu preciso te contar. - Sua voz era rouca e falhava.

- Você precisa descansar até que consiga se curar. - Thea pôs a mão em peito e segurou a menina a maca.

- Eu...Eu não vou me curar. A prata está chegando no meu coração, não dá pra me salvar.

- Melina... - A mais nova a puxou e sussurrou em seu ouvido algumas palavras. As lágrimas de Thea caíram sobre o colo de Melina e ela balançou a cabeça.

- Eu já me despedi de todos, só estava esperando vocês. - Ela olhou pra mim e eu vi seus olhos mudando de cor, geralmente avermelhados como os de Thea, e se tornado verdes claros. - Você cuida dela, tá? - Olhando pra mim, ela apertou minha mão. Eu forcei um sorriso e apertei sua mão de volta. Ela disse algo em grego e todos disseram de volta. - Eu também te amo, Alec.

- Amo você, irmãzinha.

- Thea...

- Eu não quero isso. - Thea balançou a cabeça negando.

- É uma ordem. - Melina disse mudando o tom de voz. Thea concordou e ela fechou os olhos.

Senti o aperto de sua mão se afrouxar e vi todos de cabeça baixa.

O soluço de Thea e dos outros encheu a sala e eu não pude ter outra reação se não chorar junto a eles.

Thea gritou angustiada, era mais um grito misturado com um soluço; Diana me fez largar a mão de Melina e seguir junto a todos eles, menos Thea, para fora.

Táles e Diana voltaram para dentro e nós ficamos ali, de cara com a porta de metal.

Cibele se agarrou a Atos e os dois começaram a chorar.

Eleonor se abraçou a Jonh e estendeu a mão para mim. E Camila, que estava no chão, foi puxada no abraço por Theo.

Caímos todos ao chão e ficamos chorando olhando para a porta de metal.

Não demorou muito a porta se abriu e lá estava Thea, com a mão direita suja de sangue e os olhos inchados. Ela se juntou a nós e eu a abracei.

- Eu... Eu... - Eu a silenciei com um abraço e ela continuou a chorar em meu peito. Depois de um tempo, ela parou e levantou o rosto.

- Você precisa ir pra casa, precisa descansar e quando tudo estiver pronto eu vou até lá.

- Mas eu não quero...

- Por favor, Alec. Eu não vou aguentar se eu perder duas pessoas hoje.

- Eu vou. - Os meninos me ajudaram a se levantar, eu lhe dei um beijo na testa e os abracei.

Segui para fora do consultório e vi Rick encostado no carro.

- E aí? Como ela está?

- Ela morreu. - Disse e eu o abracei, Rick hesitou um pouco, mas me abraçou e segurou meu choro.

- Eu sinto muito cara, mas você não pode ficar nervoso.

- Eu sei. - Respirei fundo. - Podemos voltar agora.

- Vamos.

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