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Depois de algumas horas chorando, Thea finalmente se acalmou. Respirou fundo e concordou em descer.

Assim que aparecemos na escada, ela fez algo que a muito tempo não fazia, segurou em meu braço fortemente enquanto descíamos.

- Hei, como você está? A médica não quis dizer. - Rick perguntou.

- Eu estou bem. É só...

- O corpo dela ainda está se acostumando com os poderes de alfa e eu acho que com a minha volta as coisas pioraram. - A interrompi, sabia que ela iria reclamar por isso, mas a única coisa que recebi foi um olhar agradecido.

- Qual é o medicamento?

- Eu tenho que ficar perto dela. - Respondi de novo. - O que vai ser um sacrifício. - Meu irmão riu, seguido de meus pais.

- Eu tenho que falar com as meninas. - Ela se soltou de mim e foi até a segunda sala, fechando a porta.

10 segundos depois a gritaria em grego começou.

- Ela fala grego? - Pierce perguntou com uma colher na boca. - Só fica ainda mais perfeita.

- Pode parar?!

- O quê?! - Perguntou de boca cheia.

- O que está comendo?

- Encontrei uns potinhos na cozinha. - Deu os ombros e eu peguei o pote de suas mãos.

- Isso é a comida das crianças! - Briguei e ele deu os ombros.

- Mas é muito boa!

- Inacreditável. - A porta da sala se abriu, a primeira a sair foi a Camila, que tentava esconder o sorriso. As outras seguiram e passaram reto por mim.

- Está tudo bem? - Pierce perguntou.

- Está sim. - Respondi e sorri. - Elas só ficam preocupadas.

- Soube que a Gonzalez vai embora.

- É, ela não quer ficar aqui por conta da Thea.

- Besteira, você sempre deixou claro que vocês não haviam terminado de vez.

- Você não manda no coração.

- Eu que sei. - Comentou.

- Não está gostando da Thea, né? Odiaria ter que te machucar. - Disse seriamente e ele balançou a cabeça.

- Não é a sua namorada, não se preocupe.

- Ela não é minha namorada?

- Então o que ela é?

Mais tarde naquele dia, pela hora do almoço, sentamos todos juntos para comer. Thea como sempre se sentou na ponta, Rick se sentava agora do seu lado esquerdo e eu do lado direito, é, eu voltei ao meu lugar.

Ríamos das histórias que Atos contava sobre a vez que ele e os meninos ficaram presos no topo da montanha.

- ... elas chegaram lá tranquilas, a gente tremia de frio e elas de regata!

- Vocês são estúpidos. - Thea comentou baixo enquanto ainda comia.

- Quando foi isso?

- Abril. - Os meninos responderam juntos e voltamos a rir.

- Em abril eu estava entrando na enfermaria com os ouvidos sangrando! - Maxon riu e Pierce completou:

- E quase mordendo todo mundo!

- Aleksander Josh Turner! - A voz de minha mãe me fez virar pra mais ela, que se encontrava quase no final da mesa. - Nunca mais fale sobre isso a mesa!

- Sim, senhora.

- Aleksander. - Thea caçoou de mim e tomou um gole de sua água.

- Quer entrar na briga, Theodora? - Ela arfou e apontou o dedo pra mim.

- Você prometeu nunca falar em voz alta!

- Chumbo trocado, não doí.

- Seu nome é lindo Thea, não tem com que não gostar. - Minha mãe disse, agora calmamente de seu lugar.

- Nosso avô obrigou a mamãe a botar, ele disse " já que eu não terei um neto homem, pelo menos ponha meu nome em uma de suas filhas" então, surgiu Theodora.

- Ao menos eu não tenho dois nomes, não é Cibele Elizabeth?

- Eu gosto dos meus nomes.

- Elizabeth? - Perguntei.

- É, era como me chamavam antes de ser adotada. E eu vim da Inglaterra, então.

- É fofo! - Atos disse e a beijou.

- Meu sobrenome é um primeiro nome. - Disse Mason bebericando do vinho.

- O que?!

- Mason é meu sobrenome, meu nome é Antonie.

- Antonie?

- É, minha mãe estudava francês. - De repente o barulho de uma bandeja cheia de sobremesa caindo ao chão chamou nossa atenção. Morgan estava parado, pálido e de frente a ele a bandeja com, agora, as taças quebradas.

- Morgan? Está tudo bem?!

- Antonie... Antônia. Esse é o nome dela.

- Perdão?

- Eu acho que sei quem pode ter matado Melina. - Disse ele então. Todos nós nos entreolhamos e em seguida, olhamos pra ele.

Coração De Lobo Onde histórias criam vida. Descubra agora