12- Não confunda as coisas, não temos nada.

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Três dias até a formatura.



O sinal da escola tocou estridentemente e senti que minha cabeça fosse explodir. A próxima aula seria com o professor de história e essa eu com certeza tiraria um tempo para dormir.

A noite passada era claramente um borrão. Lembro apenas de ir a festinha da Yunjin e que bebemos alguns drinks que por mim não eram identificados na hora. Também consigo lembrar que eu estava puta com Jeongguk e chateada comigo mesma por ser tão inocente.

Mas o que eu não entendia da noite que passou, foi o fato de eu acordar na cama da Yunjin ao lado de Jeongguk. Eu podia não lembrar das coisas exatamente, mas tinha certeza que o mesmo não havia ido a festa. O que me leva a outra pergunta.

Porque ele estava lá?

— Ae! Garota do Striptease!

Ouvi um garoto gritar ou berrar, ahgr, os sons hoje estavam no volume máximo e minha cabeça só latejava.

Então era isso que chamam de ressaca? Essa dor desgraçada e a vontade de mandar todo mundo fechar a boca? Dores no corpo e vontade de hiberna na cama até o próximo ano?

Droga. Eu devia ter esperado Jeongguk antes de vir a escola. Ele arrumaria um jeito de me fazer sentir melhor.

— EI! Estou falando com você.

Teimei em olhar pra trás e vi um garoto de óculos rindo com os amigos.

— Não imaginava que Park Min Ha era tão atirada assim.

Então ele ri novamente e a confusão na minha cabeça só aumentava.

Ele falava sobre o que?

— Porque eu tenho a impressão que você não lembra de ontem?

— Ontem? — Questiono já temendo por sua resposta.

— A festa da sua amiguinha. — Franzi a testa com sua resposta. — O desafio... qual é, você tirou a blusa e ficou de sutiã!

E todos os flashbacks vieram como mágica átona e sem piedade nenhuma. Conforme as lembranças iam chegando, sentia meu rosto arde de vergonha e a vontade de sumir aumentar.

— N-ão t-em v-ideo disso, tem? — Perguntei engolido seco.

— Tá brincado? Todo mundo estava bebado demais pra se quer andar reto, imagina gravar alguma coisa. E sua amiga proibiu o uso de câmera dentro da casa.

Respirei fundo e pelo menos alguma coisa eu havia tirado das costas. O fato desse garoto lembrar dessa cena terrivelmente horrível, me faz pensar que mais pessoas também lembram disso.

Eu queria culpar alguém, xingar, espernear, mas no final não tinha isso. A culpa foi toda minha e de propia vontade.

Eu só queria que esse dia acabasse logo pra mim ir direito pra casa, se enfiar em baixo das cobertas e me repreender.

— Bebe isso e não faz careta.

Uma garrafa foi colocada fortemente em minha mesa e o impacto dela me fez ter um leve susto.

Jeongguk se sentou ao meu lado e dessa vez eu não conseguia olhar pra ele. Lembrar que na noite passada ele me viu fazendo a pior cena que eu poderia fazer, bater em um cara e ainda cuidar do jeito que eu me encontrava ontem, estava me dando muita vergonha.

Apenas peguei a garrafa, sem o encarar, e levei até perto do meu rosto e logo um cheiro forte horrível adentrou em minhas narinas.

— Smoothie de banana e kiwi batido. — Ele falou. — É horrível.

Seu novo IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora