Uma Questão De Fé [Em Revisão]

🌺Capítulo Seis🌺

~Um mês depois

Escutei o despertador tocar me acordado, o desliguei e logo senti meu corpo coberto de suor assim como parte da coberta da cama, já faz uma semana que isso acontece, essa sudorese noturna. Já não aguento mais acordar pela madrugada para tomar um banho gelado de tanto suor que sai do meu corpo, nem o ar-condicionado deu jeito nisso.

Levantei indo diretamente para o banheiro, tirei a roupa encharcada de suor e me joguei debaixo do chuveiro tomando uma ducha bem gelada. Saí enrolada na toalha procurando algo para vestir.
Vesti uma calça preta folgada de tecido macio, coloquei uma blusa listrada de manga longa e um tênis branco.

Fiz um rabo de cavalo em meu cabelo sem ânimo de o pentear, troquei os lençóis da cama — para variar molhou também — e ajoelhei para orar.

Desci com minha mochila nas costas, antes de sair pela porta ouvi minha mãe me chamar fazendo me virar para olhar-la.

— Não acredito que vai sair novamente sem tomar café, Lu — cruza os braços mostrando não estar contente com a minha falta de apetite

— Eu não estou com fome, mãe

— Mas ontem você também não jantou — me avalia com olhar, a vejo se aproximar de mim enquanto descruza os braços passando a mão em suas pernas que estão cobertas em uma calça branca colada ao seu corpo — Está  aconteceu alguma coisa, Lu? Algo que você deva me contar?

— Não, mãe — digo olhando em seus olhos para ser convincente

— Não? Ok — solta um suspiro pesado — Então, por que mal tem se alimentado nas últimas duas semanas? Por que só essa semana eu vi você trocar os lençóis duas vezes? Por que tenho achado alguns papéis em sua pia coberto de sangue? Eu estou preocupada com você Lu, eu nem falei nada com o seu pai para ele não enlouquecer, mas eu preciso que você confie em mim para contar as coisas, conversa com a mãe, filha — me encara com profunda preocupação

A última coisa que queria era preocupar a minha mãe. Estou decidida a fazer alguns exames desde que essa sudorese noturna começou, acompanhado de sangramento em minha gengiva e nariz, perda de apetite e uma enorme fadiga.
Desde que percebi esses sintomas eu decidi fazer os exames, mas, escondido de meus pais, para não gerar nenhum conflito ou preocupação, não posso os deixar aflitos, pode não ser nada tudo isso.

— Mãe — me aproximo dela tocando o seu rosto de forma delicada e carinhosa — Está tudo bem, ok? Não há nada com que tenha de se preocupar, Eu estou bem, mas agora preciso ir ao trabalho — deixo um beijo em sua testa saindo antes que ela fale mais alguma coisa

Coloquei o capacete montando na moto e seguindo em direção ao trabalho.
Estacionei a moto e subi para minha sala. Sentei à frente do computador e liguei para começar a fazer um relatório necessário que deveria ser entregue ontem. Logo ouvi duas batidas na porta que rapidamente foi aberta por Daniel com dois copos de café em mãos.