Dia 1

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Toronto não parecia uma cidade tão triste para Anne. Ao menos, não mais.

Na tarde anterior, ela havia se deixado imaginar como seria beijar o garoto que trabalhava na doceria. Um jovem, alto, bonito, com cabelos, aparentemente, muito sedosos. Os olhos castanhos dele pareciam dois pequenos buracos negros à distância, e, de perto, pareciam ter estrelas.

Leu no seu crachá, Blythe era seu sobrenome. O mesmo estava mechendo no celular quando ela entrou, mas, no momento em que seus olhares se encontraram, ele largou o seu Galaxy e dispôs-se a olhá-la.

Na sua própria cabeça, Anne estava simples demais. Mas, secretamente, o garoto havia se encantado pela sua blusa branca de manga e calça pantacourt, e, principalmente, pelas suas sardas e cabelos cor de fogo.

Timida, ela logo pegou duas barras de chocolate -um oitenta e cinco por cento cacau e outro meio amargo-, alguns petit gateu's e brownies, apressando-se em pagar para se livrar daquele "constrangimento" logo. Mal sabia ela que a vontade do desconhecido era admirá-la um pouco mais.

Depois de pagar, ela tratou logo de sair, já imaginando o que compraria na próxima vez que voltasse para a loja.

the candy store boy	 [shibert] Onde histórias criam vida. Descubra agora