Dia 60 (C)

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-Anne?- Gilbert falou suavemente, chamando a atenção da ruiva. Com olhos vermelhos e inchados, ela o encarou. -O que aconteceu?- Ela observou ele abaixar-se para ficar na altura que a mesma estava.

-Não importa- Fungou e limpou as lágrimas, em vão. -, vá lá, não precisa se importar comigo. A gente nem se conhece tanto assim.

-Sim, eu me importo. Me importo com qualquer pessoa que estiver sofrendo e eu puder fazer algo, nem que seja oferecer um ombro pra chorar.- Apontou para a parte do corpo referida. Ela convenceu-se em deixá-lo ali e voltou a chorar.

Gilbert estava numa luta interna. Não queria apenas ir embora, mas simplesmente encará-la não ajudaria nada. Foi quando ele sugeriu:

-Posso te abraçar?

Ela o encarou. Não eram amigos, ao menos não ainda. Diria que eram conhecidos que se viam todos os dias. Ele não tinha intimidade para isso. Porém, Anne reconheceu que precisava de algum tipo de apoio no momento, e Marília já estava preocupada o suficiente com ela.

-Pode. Mas não...

-Não precisa contar nada do que aconteceu. Só chore aqui- Deu tapinhas num dos ombros. - e você talvez vai se sentir melhor.

Ela assentiu e levantou-se, ato que ele acompanhou. Então, abriu os braços, e após dele a envolver com os seus, se permitiu chorar no ombro de Gilbert. Ele permaneceu ali, parado, imóvel, apenas ouvindo o choro e a respiração dela.

Depois de alguns minutos, ela parou e se soltou.

-Obrigada Blythe.

-Gilbert, por favor.

-Ok. Tchau, Gilbert, até.

-Tchau, Anne

E ele a observou se afastar e sumir na curva do corredor.

the candy store boy	 [shibert] Onde histórias criam vida. Descubra agora