Dia 7 (B)

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-Por favor me desculpa! Por favor! Eu achava que era...

-Não, tudo bem. Eu entendo. Eu que fui errado em não falar que era eu que estava me aproximando. Tá tudo bem.

Mesmo sentindo dor, Gilbert sorriu para ela. Anne logo acalmou-se ao ver aquilo.

-Então... Por que você tá aqui?

-Tô indo pra casa, mas precisei parar quando a vi chorando.

Anne revirou os olhos e resolveu encarar o chão.

-Você não precisa fazer isso.- Ela observou-o franzir as sobrancelhas. -Perguntar o porquê e tentar me animar. Hoje não é um bom dia.

-Tudo bem, mas eu queria te acompanhar até sua rua. Não é seguro...

-Eu sei. Mas você não precisa se incomodar.- falou após voltar a olhá-lo. -Pode ir.

-Eu insisto.

-Como eu vou saber que você não é um tarado que quer se aproveitar de mim?

-Se eu fosse um tarado, eu já teria feito isso. Também, depois da cadernada na cara, eu seria doido de mexer com você.

A Shirley ponderou a situação, para decidir que o deixaria.

-Ok, mas se eu achar você suspeito eu te dou outra cadernada. E tenho spray de pimenta no bolso. E sei muito sobre autodefesa.

-O-ok.- ele disse com a voz um pouco trêmula. Anne riu daquilo.

Ela logo começou a andar, e ele a acompanhou. Apesar da reação inicial, eles tiveram boas conversas durante o percurso. Ela até mesmo esqueceu que aquele dia era o dia que completava 9 anos que sua mãe havia falecido.

-Pera, como você não considera Jurassic Park três o mais maravilhoso filme da saga?

-Eu taria sendo injusto com o primeiro.

-NÃO. Garoto????? Não existe essa de desmerecer o primeiro. O terceiro é simplesmente o melhor filme da história do cinema da ficção científica. Claro, o primeiro livro é melhor que o segundo, mas...

-Você leu os livros?

-Infelizmente no celular, o físico é um roubo.

Quem observasse de longe, diria com certeza que Gilbert estava apaixonado por ela. Seus olhos pareciam a ponto de formar corações quando ele a olhava.

-Cheguei. Eu moro logo naquele prédio ali.- Apontou para o grande edifício de alto padrão, o terceiro da rua. Ele assentiu e estendeu a mão para despedir-se.

-Até amanhã?

-Até amanhã, Gilbert.- Ela apertou a destra dele, para logo virar-se em direção à sua residência. Ele ainda a observava à distância, e só saiu quando teve certeza que ela estava dentro do lugar.

E eles tiveram mais coisas em comum naquela noite além dos filmes, séries e músicas que gostavam.

Ambos tinham sorrisos nos lábios durante o sono.

the candy store boy	 [shibert] Onde histórias criam vida. Descubra agora