Profundos sentimentos

1K 91 30
                                    

Era o último dia antes das férias de Natal, Harry e Ron estavam a fazer as malas pois, nessa tarde estariam de volta ao expresso para voltarem para casa.

-Tens de lá ir passar o Natal!- Disse Ron enquanto acabava de arrumar alguns livros.

-Sim claro! Espero que os meus tios me deixem...

-A não ser que, queiras passar os férias com o Sr. Doninha.

-RON!- Harry não estava à espera de um comentário deste tipo vindo de Ron, mas mesmo que soubesse que seria impossível tal acontecimento, não deixou de achar que seria uma excelente ideia passar o Natal com Draco.
Os dois amigos ficaram ali a organizar o resto da roupa e livros, enquanto se riam de piadas diversas.
Ao fim de alguns minutos, as malas estavam feitas e os amigos dirigiam-se à sala comunal. Hermione estava sentada a ler um pequeno livro na companhia de Ginny.

-Vamos descendo?- Ron apontou para o retrato de saída.
Os quatro colegas desciam calmamente as escadas, e a expressão de satisfação de Ron, por conta do primeiro período ter terminado, era claramente visível.
Hermione puxou ligeiramente o braço de Harry, fazendo-o parar. Ron e Ginny continuaram a descer, e eles os dois ficaram um pouco para trás.

-Harry tenho de te perguntar um coisa.

-Então pergunta!- Harry ficou confuso

-Tu e o Malfoy têm algo mais que uma amizade?- Hermione parecia envergonhada depois de falar.

-Eu acho que não. É só uma amizade...- Harry sabia que ele e Draco não tinham muito mais que uma amizade, e esta realidade deixou-o pensativo.

-Oh.. Okay! sabes que me podes contar tudo!- Harry respondeu afirmativamente à amiga e ela envolveu-o num abraço.- Vamos descendo, se não o Ron vai comer tudo!

O salão estava um pouco mais animado que o costume, os finais de período são sempre mais alegres e mais movimentados. As vozes dos alunos ecoavam no espaço, sendo difícil falar num tom de baixo.
Harry olhou de relance para a mesa dos Slytherin, queria sentir o sorriso de Draco e o olhar carinhoso dele, mas não o encontrou em nenhum lugar da mesa. "Porque razão Malfoy não estava presente?"; "Onde estaria?"; "Será que estava bem?", eram perguntas que inundavam a cabeça de Harry. Ele deu uma última dentada no pão e decidiu-se levantar. Saiu do salão, dando a desculpa aos amigos de que ia apenas à casa de banho.

O castelo estava silencioso, não havia sinal de ninguém, toda a gente se encontrava a comer no grande salão, mas a pessoa que Harry mais queria ver não estava lá. Começou a pensar em que sítios o rapaz louro pudesse estar naquela altura, e uma resposta óbvia veio-lhe à cabeça: "Sala comunal".
Desceu as escadas em direção às masmorras e andou até ao fim do corredor. Estava de frente para uma porta, e começou a pensar se seria boa ideia bater à porta, já que não sabia a palavra-pass. Bateu duas vezes, sem resposta, e quando se preparava para outra tentativa, a porta abriu-se magicamente.
Apesar de Harry já ter entrado naquela sala, não pode deixar de reparar no quão fria era, no entanto, era bonita e elegante. Draco encontrava-se mesmo ali, sentado num sofá a olhar para os grandes quadros que tapavam a parede de pedra.
Harry fechou a porta e aproximou-se do rapaz que demonstrava alguns traços de tristeza e desespero. Sentou-se a seu lado e passou o braço por cima dos ombros de Draco, e este deixou-se envolver, pousando a sua cabeça sobre o peito de Potter.

-O que se passa?- Harry perguntou, apertando o corpo de Malfoy contra o seu.
Não houve resposta imediata, algo que já era esperado. Continuou a agarra-lo, como se ele fosse o maior tesouro da Terra, o que talvez até fosse. Harry beijou o cimo da cabeça de Draco e de seguida, o louro levantou o pescoço e ficaram frente a frente. Os dois encararam-se, e não resistindo aos encantos um do outro, beijaram-se. Harry foi empurrado para trás, ficando deitado no sofá, e Draco manteve-se em cima dele. Os dois rapazes não precisavam de palavras para se entenderem.
Harry pousou aos mãos sobre a cintura de Malfoy, era tentador não lhe arrancar de uma vez por todas a camisola e puder beijar e sentir a pele dele contra a sua pele. Draco cedeu e deitou -se em cima de Potter, e beijou cada recanto do seu pescoço moreno, deixando marcas que, futuramente, não se iria arrepender.

Aqueles olhos cinzentosOnde histórias criam vida. Descubra agora