Capítulo 3- estrelas, gatos e corujas

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Ela odiava ter que mentir pra ele. Odiava realmente. Mas naquela hora era necessário. Para a própria segurança de Alvo.

Melinda sabia que seu avô tinha algo haver com os dementadores terem saído de Azkaban. Sabia que provavelmente outros comensais também estavam envolvidos nisso. E ela também sabia que seu melhor amigo sofreria bastante nas mãos dos comensais.

-O que acha que eles vão fazer agora? - Perguntou ao irmão pela noite.

-Temos que esperar. São imprevisíveis. - deu de ombros.

-Isso me mata Scorpius. Ter que esperar calada, sabendo que algo grande vai acontecer, e sem poder falar nada pro meu melhor amigo. - suspirou derrotada.

-Temos que esperar até o próximo passo deles Melinda. Ainda estamos na estaca zero. Em breve teremos uma direção. - o loiro falou indiferente, como se aquilo nem dissesse respeito a ele. Em seguida conjurou um livro sobre transfiguração.

-Como pode ficar tão calmo em relação a isso

-Não fico. Apenas não acho que se preocupar demais sobre algo que ainda nem temos total certeza que vai acontecer vá adiantar alguma coisa. Deveria fazer o mesmo.

-Se lembra do que vovô disse quando fomos visitá-lo na prisão? - relembrou Melinda, após ponderar por um tempo.

-Que você daria uma boa comensal? Sim, me lembro. Por que a pergunta?

-Acha que eles vão... sabe? Me chamar? - engolira em seco.

-Como disse. Não sabemos o que vai acontecer. Não sabemos nem mesmo se eles vão fugir, querer vingança ou algo assim. E mesmo se eles fossem te chamar, papai interferiria. Não só papai como eu, Alvo, Minerva e qualquer outro membro da Ordem. - dito isso se despediu da irmã e se voltou ao seu dormitório.

A noite tinha um vento levemente frio, trazendo um pouco de melancolia ao colégio. Era domingo a noite. Não era como se fosse a melhor parte da semana. Ao contrário.

Domingo a noite era sempre meio triste. Simplesmente pelo fato que aquele horário significava que mais uma longa semana começaria novamente.

Melinda se virou uma, duas, três, quatro vezes na cama. Não conseguia dormir. As palavras cortadas de Lucius ainda rodavam em sua cabeça.

Resolveu então sair para tomar um ar.

Biblioteca? Fechada. Jardim? Daria para vê-la da janela de alguma sala comunal. Pátio? Corria riscos de encontrar um fantasma ou até mesmo Filch, que, surpreendentemente continuava vivo e igualmente ranzinza. Também não queria ir a sala precisa, afinal, queria espairecer e provavelmente estar em um local fechado só a faria lembrar ainda mais de seus problemas.

Torre de astronomia.

Era lá onde queria ir.

Adorava observar o céu, e se lembra de fazer isso desde pequena.

-Aquela lá é a constelação de Andrômeda. -  Astoria dizia deitada na grama do grande jardim pertencente à mansão.

-É o nome da Tia Andy, não é mamãe? - perguntou a pequena garotinha de aproximadamente 7 anos.

-É sim filha.

-Li em um dos livros de papai que falava sobre as constelações e percebi que só eu, a vovó e você não temos nome de estrelas na família. Por que você não me colocou nome de estrela mamãe? - a pequena garotinha loira perguntou genuinamente curiosa, enquanto sua mãe ria.

-Quando eu era pequena, eu e sua tia Daphne gostamos de falar nomes que dariamos aos nossos filhos. Eu sempre gostei do seu nome. Melinda. Significa linda e doce como mel. - a mulher de olhos verdes encarava o céu enquanto contava. - Apesar de nós duas sabermos que você nem sempre é tão doce assim não é? - brincou e bateu a ponta do dedo no nariz da filha, que riu sapeca. - Quando eu e seu pai soubemos que iríamos ter gêmeos, ele escolheu o nome de Scorpius e eu escolhi o seu. Mas ele só aceitou seu nome se seu outro nome fosse um de estrela. Vega. É a estrela mais brilhante da constelação de Lyra e a quinta estrela mais brilhante que pode ser vista no céu noturno.

𝐇𝐎𝐖- 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 (𝐈)Onde histórias criam vida. Descubra agora