Capítulo 4- vingança é um prato que se come frio

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Alvo tinha a boca aberta em um perfeito "O". O garoto, filho do tão famoso Harry Potter, ainda tentava armazenar tudo que os gêmeos Malfoy o contaram.

Os cabelos desgrenhados, de tanto passar a mão sobre eles, tentando conter o nervosismo, a boca levemente machucada, devido as mordiscadas que ele dava na mesma sempre que estava nervoso e uma pequena ruga na testa, sinal de que, por mais que tudo fizesse sentido, ele sabia que ainda faltava alguma coisa. Isso definia Alvo Severus Potter naquele momento.

   -Alvo, você é o nosso melhor amigo e devido aos últimos acontecimentos, achamos que deveríamos contar isso de uma vez. - essa foi a frase entoada com a voz levemente arrastada de Melinda, mas que agora parecia apreensiva, coisa que a garota não era quase nunca.

   -Sabe que os dementadores fugiram de Azkaban, certo? - Scorpius proferia na sala precisa, ao lado da irmã, que mordia a boca, como se estivesse prestes a dizer a uma criança que papai noel não existe. - Bem, achamos que isso pode ter algo haver com os comensais. Não sabemos exatamente o que eles querem, mas podemos imaginar.

   -E o que seria? - Alvo perguntou e Melinda deu uma risada sem humor.

   -Ah, Alvo... Pensei que fosse menos ingênuo que isso.

  -O que eles querem Melinda? - ele perguntou mais uma vez.

  -Vingança. - ela disse de forma fria.

Vingança contra seu pai, vingança contra a Ordem, vingança contra os trouxas, vingança contra os bruxos, vingança contra todos.

Fora isso que os gêmeos o disseram minutos atrás. Agora os três estavam sentados em um sofá da Sala Precisa, que naquele momento parecia o salão comunal sonserino.

  -Eu reparei uma coisa hoje. Quando Alvo me contou que o pai havia sido chamado para o norte da Inglaterra eu nem notei, mas quando eu li no jornal, percebi algo que você provavelmente não notou Melinda. - Scorpius revelou.

   -E o que seria?

  -Dementadores estão indo para o norte do país. - a boca da loira se abriu com a constatação do irmão. Ela deu um pulo do sofá e começou a andar de um lado para o outro.

  -Malfoy's Town! - a garota finalmente exclamou. Scorpius acenou positivamente com a cabeça e se jogou no sofá, bagunçando o cabelo e parecendo frustrado.

  -O que diabos é Malfoy's Town? - o moreno perguntou levemente irritado. Não só com os amigos escondendo suas suspeitas, mas sim com a situação.

  -Malfoy's Town é uma pequena vila no norte, onde costumamos ir quando queremos ir para o frio ou algo assim.

  -VOCÊS TEM UMA VILA COM O NOME DE VOCÊS SÓ PARA FUGIREM DO CALOR?

  -Basicamente, sim. E não é nossa vila. É da família e de mais algumas pessoas. Nosso bisavô quem construiu, mas não é isso que vem ao caso agora. - Melinda respondeu.

  -Mas o que diabos essa vila tem haver com a fuga dos dementadores e o que infernos vem ao caso agora? A única coisa que fizeram foi me contar que existe uma vila com um nome ridículo, que por acaso foi construída pelo seu bisavô que provavelmente não tinha mais onde enfiar a porcaria do dinheiro dele. - Alvo havia perdido a conta de quantas vezes havia usado a expressão "que diabos" naquela conversa, mas sabia que não eram poucas.

  -Malfoy's Town era onde os Comensais ficavam durante a Primeira Guerra Bruxa. Como quase ninguém sabia da existência da vila, era o melhor lugar para se esconderem. - Scorpius explicou, ainda jogado no sofá.

𝐇𝐎𝐖- 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 (𝐈)Onde histórias criam vida. Descubra agora