Capítulo 12

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Queria colocar na mídia a música Coração de maçã de Sá e Guarabyra. Mas não foi. Procurem. É linda.

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Capítulo 12

A tempestade rugiu pelas primeiras horas da manhã, mas pelo tempo que a chuva começou, Samuel e Dani estavam escondidos em seu saco de dormir abaixo de sua cobertura de plástico. O sono os manteve lá até a curva do sol se separar do horizonte.

Os lábios roçaram o ouvido de Daniel. Ele se contraiu um pouco, mas não o suficiente para despertar. Um beijo suave na pele atrás da orelha finalmente o acordou.

—Eu estava me perguntando quando você abriria os olhos — Samuel sussurrou e beijou-o novamente.

Daniel deu um pequeno gemido e se aconchegou ainda mais em seu companheiro. — Só conseguimos dormir tarde da noite, lembra?

— Uh-huh, mas é seu aniversário, Dani, e nós temos um lugar para estar.

— Sim ... podemos levantar daqui a pouco. — Daniel chegou de volta e puxou o braço de Samuca ao redor dele na esperança de que eles pudessem ficar lá por mais algum tempo.

— Vamos, aniversariante. Hora de acordar — Samuel insistiu e mordeu o lóbulo da orelha.

— Você não vai me deixar dormir, vai?

— Não, porque eu estive pensando sobre o seu sonho.

Isso chamou a atenção de Daniel e ele se contorceu nos confins do saco de dormir para olhar para o outro homem. — E?

— A cacatua continuava guiando você, certo? E acho que foi o pássaro que vi ontem à noite. Mas no final da música eles dançaram; todos os animais dançaram.

— Eu não gosto de onde isso está indo. Você não está esperando que eu dance, não é?

— Como um pelicano.

— De jeito nenhum. — Daniel riu.

— Desculpe, cara, você não tem nada a dizer sobre isso. Você deve uma dança a qualquer coisa que tenha enviado esses sonhos para você. — Enquanto ele falava, Samuel abriu o zíper do saco de dormir e se ajoelhou ao lado dele.

— Você está falando sério, não é?

— Uh-huh — disse Sam e puxou o lençol ainda mais para baixo. — É hora de se levantar e dançar.

— Não há pelicanos no sertão mineiro — disse Daniel, mas percebeu que não havia como escapar disso.

— Haverá em um minuto. — Samuca piscou e se levantou. — Vamos, Dani.

Daniel gemeu alto, mas rolou de joelhos. — Deixe-me pegar minhas botas primeiro.

— Pare de enrolar. — Samuel riu e fez uma pose com os braços esticados e curvados como um grande pássaro.

— Que tal eu apenas ver você? O chão ainda está lamacento.

— Levante!

Daniel se levantou ao lado de Samuca e estendeu os braços em uma tentativa muito desajeitada de copiar o caminhante.

— Não é assim, bobo — disse Samuel e lentamente agitou os braços.

Daniel balançou a cabeça e tentou novamente.

— Veja, você tem os membros para ser um pelicano — disse Samuca e dançou em torno dele. — Longos e magros.

— Cale-se. — Dani riu, apenas para ver Samuel parar. — O que agora?

O Coração do Sertão (Projeto CampNaNoWriMo) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora