Capítulo 1 - Zackyel Maledith

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     Zacky teve uma infância solitária, nunca sentiu o calor da afeição humana. Quando ainda criança, foi abandonado em um florido e quase paradisíaco campo. Sua única lembrança deste dia; o rosto de uma mulher angelical de cabelos morenos e olhos castanhos claros, ela lhe dizia palavras, as quais nunca conseguiu entender... Tem sido presente em seus sonhos há anos, mas nunca teve um aclaramento.
     Desde o acontecimento, já se passaram nove anos. Depois ocorrido, passa suas noites em um chalé abandonado, onde há vários livros. O garoto sendo um prodígio, aprendeu o essencial de forma natural, se auto aprimorando a cada falha, amava os livros que lia, carregando consigo um enorme sentimento de apego a suas histórias e dramas internos, apesar de nunca entender o emocional dos personagens, Zacky podia sentir tudo, pois nunca teve algo ou alguém que o fizesse sentir assim, dando tudo de si, toda sua alma a alguém. A única presença a qual sempre teve era a dos animais, sentia um grande carinho pelos mesmos, mas sentia interesse em ter algo mais humano, como citado em seus livros.
   
Na data dez de novembro, Zacky ao colher as madeiras para aquecer a lenha de seu almoço, visualiza um estranho papel preso na fresta de sua porta, em seguida o pega observando um símbolo incomum no selo, sentindo-se atiçado a abrir imediatamente, correu indo em direção à mesa de madeira que sobrepunha toda a sua sala, se sentou e começou a ler:

"Caro Senhor Zackyel Maledith, venho lhe informar que sua vaga na escola Hikakudoku, a maior escola de aprimoramento de artes celestiais, foi adquirida. Precisamos que o senhor aperte na parte vermelha da carta, confirmando o recebimento dela, no dia 15 de novembro iremos buscá-lo. Grato, Garzen Olivier"

   Zackyel estranhando tudo aquilo, aperta a parte vermelha, prosseguindo com a frase:
   — Artes celestiais? – riu – Agora vou acreditar em Ganexa? Logo após exclamar sua ironia, a carta começa a expelir luz, brilhando muito forte e apenas desaparece de suas mãos.
   — Ora, ora... amém, Ganexa. – Expressou com espanto ao que a pouco se deparou, nunca havia presenciado algo tão surreal, mesmo em sua casa tendo vários livros sobre tais ocorrências de forma comum, Zacky nunca pensou que fossem reais. Ele consegue lembrar de acontecimentos estranhos em sua infância, como atingir grandes velocidades de maneira inconsciente, picos altíssimos em situações de perigo. Com o passar do tempo, chega o dia pelo qual Zackyel estava tão ansioso, mal conseguiu conter seu ânimo à noite: O que iria buscá-lo? Quem buscaria? Diversas perguntas ecoavam em sua cabeça.
   Na manhã do dia quinze, o garoto acorda todo animado, este segue diretamente para a cozinha e vai preparar seu café da manhã, no caso, as panquecas que tanto ama (mesmo estando queimadas, devido seu tremendo "dom" culinário, do tipo "comeu, morreu". Ele anda melhorando com passar do tempo, o gosto evoluiu de morte instantânea para um coma induzido). Depois de comer suas "deliciosas" panquecas, é surpreendido com uma forte batida em sua porta, Zackyel pega uma faca feita a mão com cascas de árvores em seu punhal e uma pedra afiada, amarrados nessa mesma casca.
   — Quem está aí? – Disse Zacky intimidado com as batidas, mas nada ou ninguém o responde. Ele anda até a porta, abre uma pequena fresta e se esgueira para ver o que era, porém não havia nada.
   — Ufa, era só um fantasma! – diz aliviado, entretanto, ao olhar para trás, vê um velho com um manto esverdeado sentado em sua cadeira e experimentando o resto da panqueca que tinha sobrado no prato.
   — Extremamente delicioso... Peculiar, eu diria. – Expressa o estranho velho, apreciando para si mesmo.
   Assustado com a situação, Zacky joga a faca no velho, que a para com os dedos.
   — Olha... Está bem afiada para uma criança, você é multitarefas, garoto. Seria uma belo empregado! – O velho diz rindo um pouco.
   — Se o senhor for rico, podemos pensar até em algo a mais. – Fala irônico e ao mesmo tempo surpreso com tudo isso, em seguida se aproximou do velho – mas você está fazendo o quê aqui? E quanto vai pagar pelas panquecas?
   O senhor após comer mais um pedaço da panqueca, diz:
  — Não recebeu minha carta? Desculpa, onde estão meus modos...? Sou Garzen Olivier, o diretor da escola, mas pode me chamar apenas de Olivier. Vim buscá-lo como prometido. Então, vamos? Afinal, estamos sem cozinheiro lá mesmo. – Fala com um ar descontraído – Estou curioso sobre você, senhor Maledith, espero grandes coisas de sua pessoa.
  — Se não for sequestro, adoraria ir. – Zacky com um sorriso de curiosidade.

A Ascenção de um paraíso culpadoOnde histórias criam vida. Descubra agora