Cap. 2

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20 anos depois..

Nesses últimos dias , o tempo passava  rápido demais. É como se eu tivesse presa nos meus sonhos e não conseguiria sair , O sol que batia em meu rosto , o vento que acalmava a minha ansiedade. Tudo estava perfeito hoje , As frutas que eu pegava em cima do balcão estavam frescas. Parecia que fora acabada de colher , sentir-me como se hoje aconteceria algo bom em minha vida , Despejo as maçãs no balcão ouvindo o barulho que fazia quando as frutas se chocava na madeira macia. Era surreal , eu pude ouvir cada detalhe disso. Parecia mais uma bela canção.

Despejo as outras frutas no balcão de trás mas parecia que tudo estava planejado pra dar errado hoje. De novo. Se meu dia não acontecesse nada de errado concerteza Não era um dia, quando virei de costas pra pegar a outra sacola de maçãs , fui empurrada para trás por 3 garotos. Os mesmos pegaram a sacola de maçãs que estavam no chão e sairam correndo como se fosse profissionais corredores. Apenas bufo e sigo o caminho para a cabana do dono das frutas.

Saberia que ia perder um desconto de meu salário , afinal, eu sempre fazia algo de errado para chegar em casa e não ter nenhuma moeda para comprar algum alimento pro meu irmão. Me xingava verbalmente por ter deixado aquelas crianças roubarem as frutas. Saberia que o dono não iria gostar. Ja estava pronta para a tremenda bronca que iria levar. Eu merecia.

  - Eu estou decepcionado com você Sra. passos. O homem estava bufado e triste por ter mais uma de suas sacolas de frutas roubada pelas crianças pestinhas.

- Senhor me desculpe , eles me empurraram para trás. Não conseguir pega-los a pressa. Sinto muito. Dizia com a cabeça abaixada. Não conseguia olha-lo por conta da vergonha que estava.

- Não sei se posso deixar isso passar do meu ponto de vista assim Passos , acho melhor você deixar a feira. Será melhor pra mim. Ele dizia se levantando apressadamente e abrindo a grande porta.  - Por favor vá embora.

 
De alguma forma o meu coração apertou , era o único trabalho que eu havia conseguido desde os meus 18 anos. Agora não saberia qual caminho seguir. Estava indecisa.

- Tudo bem senhor. Apenas disse de forma magoa e me retirei do local.



Sair da cabana do mesmo e seguir o caminho para a casa , a nossa Vila era bem aconchegante. Tinha um belo lago perto da entrada do local aonde todas as crianças ficavam ali brincando com os peixes que haviam no pequeno lago. Várias cabanas eram as casas das pessoas que trabalhavam para deixar esse lugar perfeito e bom de se viver. Desde quando eu era pequena , eu não sabia muito bem como isso tudo funcionava. Depois de meu pai e minha mãe terem morrido por nojentos vampiros eu nunca sabia como seguir o rumo dessa historia. Eu ficava perdida. Até que um dia quando Minha tia betânia saiu para conseguir algo para o almoço.  Eu decidi sair pela vila e ver o local , dei de cara com uma criança pequena. Era linda , tinha um cabelo castanho e os olhos da mesma cor. Fiquei triste por pessoas terem abandonado essa pequena criança , enfim eu peguei a bela criança que na verdade era um menininho encantado e o levei para a minha cabana. Aonde la o considerei meu irmão mais novo e até hoje ele vive com a gente.

- por que esta com essa cara Bárbara? . minha amiga dizia pegando um copo d'agua pra mesma e se sentando no sofá não tanto confortável ao meu lado. 

- Fui demitida , eu sempre faço tudo dar errado nessa vida aish. Resmungo com raiva e a mesma rir baixo e logo deposita um beijo em meu rosto.

- Não fica assim , creio que irá conseguir outro trabalho. Se quiser eu posso ajudar com as despesas daqui.

- Não precisa Milena , Você é muito ocupada na sua cabana. Digo sorrindo sem graça pois minha amiga sempre dava um jeito de me ajudar.

- Esta bem , mas se quiser um trabalho. Você pode conversar com meu pai , ele conhece os guardas dessa vila e sabe aonde terá um bom emprego pra você.

- tudo bem , eu posso conversar com ele sim. Sorrio logo me levantando e indo em meu quarto. 

Entro no pequeno cômodo que afinal era meu quarto. Tinha duas camas de solteiros , uma pra mim e uma pro meu irmão mais novo arthur. Caminho até a pequena mesinha cujo era de madeira velha e pego um pequeno pote de remédios que estava do lado do abajur.
Sempre tinha que tomar esse remédio , não podia ficar 1 dia sem ele que a dor no peito que me calsava aparecia. E piorava o meu dia mais ainda. Não entendia porque de eu ter essa terrível dor no peito , parecia que as minhas lembranças de infancia foram apagadas com borrachas.

Apenas pego um comprimido e despejo em minha boca logo tomando um gole da agua gelada que estava no copo. Sinto meu corpo arrepiar e estremecer todo como de costume. Logo então me deito na pequena cama e adormeço ali.  Mesmo estando dormindo e completamente imóvel eu ainda posso ouvir as pessoas conversando, posso ouvir os passos de cada uma e posso sentir o aroma doce delas. Era estranho , mas eu estava acostumada com isso. Não sabia se era algo da minha cabeça ou se era algo verdadeiro. Estava perdida nesse mundo, não sabia de nada.

   [ ... ]

Depois de uma tarde de sono que me calsou , eu levanto da cama ainda sentindo uma dor no peito então decido tomar um banho gelado.
A água que caia sobre meus cabelos me fazia lembrar do dia em que eu e Arthur brincamos no lago com as crianças , era incrivel como aquelas crianças me fazia feliz. Eu amava bastante e amava ainda mais o meu irmão. Espero nunca sair de perto do mesmo.

Saio do banho e coloco uma calça cinza escura com uma blusa cinza , eram as mesmas roupas que eu vestia sempre. Não tinha dinheiro para comprar outras. Triste minha vida. Saio de minha cabana e então sigo para a cabana de minha Tia Betânia.  Eu não morava com ela , ja tinha 20 anos e então prefiria morar sozinha com meu irmão pois assim seria mais facil de viver sem os mandados de Betânia.

Chego lá e a mesma sorrir pra mim logo pedindo pra mim entrar , sento em uma cadeira próxima a mesa e vejo betânia ir em seu quarto logo voltando com um pote de comprimidos.

- Aqui esta minha sobrinha , espero que esteja tomando e se cuidando. A mulher de cabelos pretos entrega o pote de remédio pra mim.

- Obrigada tia , prometo que irei me cuidar mais vezes.

A mesma deposita um beijo molhado em minha testa logo se despedindo de mim e abrindo a porta de madeira.
Saio do local e sigo para a minha cabana. Quando chego lá , vejo arthur todo suado e suas vestes estavam sujas de lama. O mais novo me olhou com um sorriso no rosto.

-  Ei irmã , aonde estava? Ele diz vindo me abraçar mais eu recuo.

- Menino? Você esta todo sujo , pode ir pro banho agora. Digo fazendo cócegas no mesmo arrancando risos gostosos de ouvir.

- Esta bem esta bem.


Sorrio satisfeita e então sigo pra cozinha , aquela noite não teriamos nada de diferente na janta. Apenas sopa outra vez. Pego uma panela e os ingredientes pra sopa, lavo os legumes e então ai tudo começa.
  Ouvir um alto barulho de esplosão vindo da alcatéia dos vampiros , fiquei com medo pois isso nunca acontecera. Logo então ouço outra vez uma esplosão , mas dessa vez estava mais alto ainda. Não sabia oque estava acontecendo , olhei pra janela mais não tive nenhuma vista por causa da grande Floresta que estava a frente. Então foi ai que eu estava prestes a fazer uma grande loucura.



Continua...

Olhos vermelhos ( Babitan ) Onde histórias criam vida. Descubra agora