Amigos

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A primeira coisa que senti foi fraqueza, eu havia acabado de despertar, mas não tinha forças para me mover, meus músculos estavam enrijecidos, parecia que eu tinha sido espancado. Minha cabeça pesava uma tonelada e o fundo dos meus olhos doía mesmo que ainda fechados. Meu estômago continuava nauseado, era como se eu tivesse sido sacudido em todas as direções.

Eu estava envolto por um cobertor e senti o cheiro agradável de produto de limpeza, isso significava que mamãe havia voltado para casa.

Abri os olhos a sua procura. Ainda estava de dia, então eu não devia ter dormido muito tempo, procurei por ela, mas não estava por perto.

"Mamãe?"

"Khun?" A voz vinha do outro lado do quarto, mas eu não podia vê-lo. Então P' apareceu em meu campo de visão. Ele usava minhas roupas mais simples, mas estava tão, tão bonito.

"Onde está minha mãe?".

"Não sei, ninguém apareceu".

"Você quem limpou tudo".

"Sim, espero que sua mãe não se incomode, eu mexi em seus produtos de limpeza".

"Não precisava".

"Claro que precisava, estava tudo sujo".

"P' me desculpe".

"Te desculpar por estar doente?". Ele sorri.

"Eu te sujei de de..." Era tão nojento que eu nem conseguia pronunciar".

"Khun, está tudo bem".

"Me desculpe, você está perdendo seu tempo, sei que é muito ocupado".

"Não há nada mais importante para mim no momento que cuidar de você".

"... COF! COF! COF!".

"Aqui, beba". P' busca um copo que está em minha mesa de cabeceira, coloca o braço por trás de meu pescoço e me ergue um pouco para que eu beba". Ele está tão perto que é como se me abraçasse, posso até sentir o cheiro de meu sabonete nele.

"Obrigado".

"Você está muito quente, vou verificar sua temperatura". P'Doutor vai até minha mesa de estudos onde está a caixa de primeiros socorros que mencionei. Então retorna com o termômetro.

"Com licença". P' senta ao meu lado na cama, retira o cobertor de parte do meu tórax e encaixa o termômetro embaixo do meu braço.

"Quanto tempo eu dormi?".

"Pouco mais de duas horas".

"P', minha mãe chegará em breve, você já pode ir'".

"Não vou te deixar sozinho".

"Mas P'".

"Você é um péssimo paciente sabia". Ele ri e afaga meus cabelos. Foi um gesto muito rápido, mas a forma como o fez, por um segundo, por um milésimo de segundo, me fez imaginar como as coisas poderiam ser diferentes entre nós. E doeu, doeu tanto que eu quis chorar, então fechei os olhos.

"Está sentindo alguma coisa?". Sua expressão se tornou séria.

"Acho que não dá para ficar pior".

Isso estranhamente parece tranquilizá-lo e ele sorri.

"Vamos ver sua temperatura. Hum.. Você está com 38,2, é alta mas também está na média, então eu já esperava. Acho que meu diagnóstico está correto, mas nunca vamos saber já que você se recusou a ir para o hospital".

TharaFrong - Uma História de My EngineerOnde histórias criam vida. Descubra agora