Apenas uma criança doente

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"Pode levar Cupcake com você? Temo que ele incomode na casa de Khun". P' faz esse pedido a N'Duen e eu me pergunto como aquele lagarto poderia incomodar. Mas não faço objeção, P' nem ao menos se deu ao trabalho de refutar os argumentos do porque não seria necessário ir a minha casa eu estou exausto demais para continuar.

Estamos parados na frente da minha casa, vejo N'Duen segurar aquele recipiente com Cupcake enquanto P' retira minha bolsa do porta-malas. O vento está tão frio, o sol me ofusca e envia ondas de dor por meus olhos. Eu crio coragem, saiu do carro e ando até o portão, me apoiando discretamente nele para me manter em pé.

"Mais uma vez obrigado". Novamente com as mãos unidas em sinal de respeito agradeço aquele garoto idiota.

"Run! Tanto faz". Se eu soubesse que agir assim o deixaria mais irritado que responder a altura, teria usado essa tática desde o começo.

"Então nós já vamos, se precisar de algo é só chamar". N'Duen se despede com um aceno de mão.

"Eles têm um ao outro, não precisam de mais nada. Ai! ai! Eu não. Ai! Eu não falei nada demais! Ohhh!". O idiota é atingido por vários tapas de Duen enquanto se afastam. Poderiam ser socos.

"Você pode me entregar a bolsa?"

"Ah claro".

Pego minhas chaves, abro o portão e espero P' entrar, sinto cheiro de grama recém cortada, meu irmão deve tê-la aparada essa manhã. São quase duas horas da tarde, First está na floricultura e Fang em seu trabalho, só mamãe está em casa.

"Uau! Quantas flores, seu jardim é lindo".

"Obrigado".

"Vamos entrar, você precisa repousar". Ele diz sorridente totalmente alheio de que sua presença é que vai me impedir de descansar.

Entramos em casa, o que já seria suficiente para alertar mamãe de minha presença, mas ela não aparece.

"Minha mãe não está". Falo mais para mim mesmo do que realmente uma conversa, enquanto essa percepção horrível de que estamos sozinhos me tortura sou atingido por uma forte onda de enjoo que me obriga a cruzar os braços em volta do abdômen.

Imediatamente sinto os braços de P'Thara me envolverem e calafrios atravessam meu corpo.

"Nong você deve deitar. Onde fica seu quarto".

"Por aqui". Caminho lentamente com P' me sustentando firmemente pelos braços e costas.

A cada passo sinto o refluxo mais forte, estou lutando contra a vontade de vomitar. Essa é uma situação humilhante em tantos níveis. O que eu fiz na outra vida para merecer isso?

Sento na cama e abraço meu estômago, a sensação está insuportável, é como se o enjoo tivesse tomado todo meu corpo. P' se agacha a minha frente e novamente coloca as costas de sua mão em minha testa.

"Você tem termômetro?"

"Numa caixa de primeiros socorros na cozinha, vou buscar". Faço menção de me levantar, mas P' coloca as mãos em meus ombros e não permite que me mova.

"Não se mexa, eu faço isso".

"Mas você não BLÊ! BLÊ! COF COF! BLÊ! COF COF!". Tentei me afastar, mas não fui rápido o suficiente, o refluxo veio com muita força e eu apenas coloquei tudo pra fora sem conseguir me conter.

"Khun!". Senti o movimento de P' levantando-se apressado enquanto eu continuava a vomitar desenfreadamente no chão do quarto. Então sua mão tocou minha costas dando pequenas batidas.

TharaFrong - Uma História de My EngineerOnde histórias criam vida. Descubra agora