6 - Transformação

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Maria

Uma semana se passou, Ph ainda estava morando na casa do Vitor temporariamente.

Os pais do Vitor são muito legais e concordaram em acolher o Ph por quanto tempo fosse necessário.

Quanto a mim?

Eu tenho a sensação que as coisas só pioram pro meu lado.
Eu não consigo ignorar meus sentimentos pelo Vitor, parece cada vez mais forte e só piora quando eu vejo ele conversando com a tal Paty na escola. Ela vive colada nele, e os dois parecem se dar muito bem.

—Maria?! Eu tô falando com você, tá me ouvindo? —Dária disse me fazendo voltar pra realidade.

—Desculpa Dária, eu tava distraída. Pode repetir?

—Meu aniversário tá chegando, vai rolar uma festa, você conhece alguma banda iniciante que não cobre muito caro? Quero surpreender...

Eu não tirava meus olhos de cima do Vitor conversando com a Paty.
Ela deve ser muito legal mesmo...

—Maria?! Você ta no mundo da lua? —Dária perguntou irritada.—O que tanto você olha?!

De fato eu estava em uma outra realidade.

—A garota nova é legal? —perguntei.

—Ah, ela é muito legal! Depois que a levei  na sala de aula aquele dia, passei a ficar de olho, nós conversamos, e percebi que ela é gente boa, contanto que não chegue perto do meu namorado, eu amei conhecê-la.

—Ah sim...deve ser mesmo.

—Mas por que tá me perguntando isso...—ela olhou na direção que eu estava concentrada. —Espera, Achei que fosse o João que ela queria pegar, quando me disse que gostou de um dos skatistas.

—É... eu também achei. —eu disse triste.

—Mas por que se importa? Eles até que formariam um casal bonito... Se bem que o Vitor tá precisando urgentemente de um corte de cabelo e... —ela parou por um instante.

Provavelmente percebeu minha cara se tristeza.

—Espera aí... Você por acaso tá gostando do Vitor?! —ela perguntou espantada.

—Fala isso baixo, garota. —eu disse

—Maria, isso é...

—Ridículo, eu sei.—Disse interrempendo-a.

—É maravilhoso!

—O que? Claro que não, olha só pra mim, eu não tenho nenhuma chance, e além do mais, ele só me vê como amiga e eu não quero estragar a amizade nem com ele e nem com os outros, somos como irmãos.

—Maria, você precisa se arriscar mais! Essa é uma excelente oportunidade pra nós duas! —Dária disse empolgada.

—Nós duas?

—Sim! Você pode reverter a situação, pensa comigo... Se por acaso um dia do nada você resolvesse ir até o salão de beleza da minha mãe e saísse uma nova Maria... Isso faria bem tanto pra você, quanto pro marketing do salão!

—Ok.. então você quer me usar de Marketing pro salão da sua mãe?

—Não é só isso né, Maria! Eu quero te ajudar a conquistar o seu homem!

—Fingindo ser alguém que eu não sou?

—Não exatamente, o jeito que você falou fez parecer uma coisa ruim, e não é, porque na verdade, você só vai mudar um pouquinho sua aparência, não sua essência.

—Não Dária, acho que isso não vai rolar.

—Ah, então você prefere ficar sofrendo vendo o Vitor nos braços de outra, beijando outra boca?! Amiga, acorda! Você é bonita, só precisa de alguns ajustes pra ficar irresistível. Você gosta dele, tem que parar de pensar no que os outros vão pensar, você e o Vitor combinam tanto... fecha os olhos, imagina vocês dois andando de skate juntos. Me dá essa chance de te transformar em uma nova Maria!

—Sem chance.

—Pensa direitinho. —ela segurou meu rosto e virou na direção do Vitor novamente que dessa vez estava tentando ensinar a Paty subir em cima do skate.

Meu sangue ferveu.

E Dária ainda colocava lenha na fogueira.

—Vai deixar aquela patricinha roubar seu amor? Vai deixar ele dividir o fone com ela pra escutar Charlie Brown Jr? Pensa nisso...

A gota d'água foi quando ela se desequilibrou e quase caiu..
Se não fosse o Vitor segurar ela nos braços e em seguida os dois se abraçaram.

—Quando começamos essa transformação?! —perguntei.

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MARIA MACHO - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora