Chuta a porta do armário, queride!

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Momentos de tensão na casa dos Bakugo.

Katsuki nunca achou que justo ele, o filho acostumado a xingar a mãe, ser xingado de volta e xingar novamente pior ainda, iria ficar com medo de contar uma simples característica sua para os pais.

Mas fazer o que? "Sair do armário" ainda era muito tabu, e nunca se sabe direito a reação que ira receber.

Mas ele não ligava, certo?

Nunca ligou para o que pensavam dele e não iram pensar agora. Bem "foda-se 'mermão!"

O que for para ser será!

E se o que "for" acabar sendo ruim, ele já tinha um plano B mesmo. Então era só ir!

Juntou coragem descendo do quarto e indo até a cozinha onde seus pais estavam. Olhou por alguns segundos a mãe mexendo no celular escorada na pia e pai do lado secando a louça, respirou fundo e:

  - Mãe, Pai... - começou tentando esconder o quanto tremia

  - Shi!... - Mitsuki chiou tirando a visão do celular - Você nunca me chama assim, pirralho. O que aconteceu?

Masaru parou a secagem e olhou o filho também esperando o que ele queria contar.

  - Eu... Bem, eu sou... - travou bastante e só ganhou mais ainda a atenção dos mais velhos

  - Você é... - a loira incentivou Katsuki a continuar

  - O que... eu quero dizer é que... Eu gosto de um garoto e...

Dessa vez não foi o loiro explosivo que travou, foi sua mãe que cortou a frase com um berro.

  - NÃÃOOOO! - se esguelou toda enquanto caia ajoelhada perto da pia

Isso foi o bastenta para o medo tomar conta de Katsuki. Ele já se imaginou sendo rejeitado e repreendido.

Contudo, porém, entretanto, toda via...

O medo foi substituído por confusão quando Mitsuki tirou uma nota do bolso e deu a Masaru xingando o marido que sorria convencido.

  - Eu falei. - falou olhando a nota de 1000 yen como um grande troféu

  - Porra! Eu jurava que ele nem ia se apaixonar por alguém! - olhava o marido em misto de amor e ódio - Não acredito que você é gay Katsuki! Nem para me ajudar na aposta, moleque ingrato!

Com as reclamações que no fundo não eram para ofender, Katsuki entrou no clima divertido e continuou.

  - Na verdade, eu sou Demisexual. - viu os dois mais velhos o encararem com olhos arregalados - Quem apostou nesse? - crusou os braços rindo em deboche quando os dois deram um tapa na própria testa

  - Cacete, foi sua avó! - o rosto dela ficou vermelho - QUEM APOSTA EM UM COISA ESPECÍFICA DESSA?!

  - Nem adiantou ganhar de você, vou ter que dar o dinheiro para sua mãe. -  choramingou se despedindo da sua nota

Katsuki só ria da cara dos progenitores com o medo de antes indo todo embora.

  - Vocês dois são muito trouxas! Hahahahaha!

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Em outra casa um tanto longe dali.

Kirishima havia chamado sua mãe para o quarto dizendo que queria contar uma coisa.

Assim que a mais velha se sentou na cama do filho, o ruivo chutou a porta do armário de roupas saindo de lá vestido com uma blusa arco- íris e jogando um punhado de confete purpurinado para o alto.

  - O que foi isso? ATCHIM! - a mulher perguntou confusa e coçando o nariz por causa das purpurinas que pegaram ali

  - Isso foi... eu saindo do armário...? - respondeu incerto

  - Ah! Então você é gay, filho?

  - Pan, na verdade.

  - Ah. Tá' bom. - foi tão rápida em aceitar sem mais perguntas que até surpreendeu a Eijiro - Quer bolo? Acabei de fazer lá na cozinha.

  - Eu quero.

E simples assim os dois contaram isso para suas famílias. ¯\_(ツ)_/¯

O role classe AOnde histórias criam vida. Descubra agora