Jeon Jungkook

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Neste livro eu vou contar um pouco sobre como eu quebrei barreiras que haviam ao meu redor, e como arrisquei a minha vida - várias vezes - em prol de um sentimento que ninguém consegue entender perfeitamente bem: o AMOR. Espero que aproveitem a autobiografia chula que estou prestes a entregar a vocês. Com carinho, Park Jimin. x

Eu estava muito bem e confortável no meu apartamento de dois pavimentos e condomínio de manutenção cara, em Paris. Não pretendia voltar à Coréia do Sul tão cedo, e estava certo de que nada me faria mudar de ideia, porque a minha vida já não parecia seguir o mesmo curso de antes. No entanto, foi só Kim Seokjin me ligar para que eu mudasse completamente de ideia e tivesse a necessidade súbita de voltar a trabalhar.

Na verdade, o que me intrigou mesmo foi a proposta de trabalho. Eu precisava me infiltrar na maior e mais poderosa organização criminosa do país, a quadrilha Dogsuli, liderada por Kim Namjoon. Esses tipos de serviços são normais, corriqueiros entre quadrilhas rivais que estão sempre tentando arrancar informações uma das outras, mas nesse caso a situação era um pouco mais piriclitante, curiosa. Eu deveria me infiltrar e matar o líder e organizador de missões, Jeon Jungkook, braço direito de Kim Namjoon.

Esses dois nomes são conhecidos em toda a Coréia do Sul, mas quase como divindades. Ninguém ousa dizer em vão, porque o poder de capilaridade e manipulação da Dogsuli é tão alto que eles são capazes de tomar ciência de qualquer deslize seu. Eles podem mapear a sua vida inteira em menos de 24 horas. Confesso que sempre quis trabalhar para eles, porque acho genial a forma como se articulam dentro da sociedade, sem contar que o centro de treinamento deles é dos mais articulados e com equipamentos extremamente caros. Namjoon é um fã fiel de armas e outros aparatos tecnológicos que possam mudar o destino de guerras.

Voltando a missão: matar Jeon Jungkook. Não me foi entregue o motivo pelo qual eu deveria fazer isso. Seokjin apenas disse que não havia ninguém melhor para a missão do que eu, mas isso eu também não cheguei a questionar, porque sei que sou um dos melhores do mercado de organizações criminosas. Claro que eu tentei usar da minha intimidade com Seokjin para descobrir os motivos, mas ele foi bem restrito ao dizer que Hoseok não quis compartilhar e que nós estávamos proibidos de procurar saber.

Se Jung Hoseok diz, então está dito. Até porque acho ele assustador, não por ter uma carranca maléfica ou nada do tipo, mas justamente o contrário. Hoseok é capaz de rir das mais bobas piadas possíveis, ele chama qualquer um para tomar drinks na inocência, pergunta sempre como estamos. É isso que me assusta. Ele é lindo, educado e muito gentil. Além de bobo. Não são características que esperamos do chefe e dono de uma quadrilha. É preciso cuidado.

Me infiltrar na Dogsuli, como uma nova contratação, não seria nada fácil, para ser sincero. Todos ali sabiam que eu fui da Gedae e que passei um tempo desligado dos serviços, por escolha própria. Os motivos eles vão chorar de curiosidade para saber, mas vocês não precisam esperar tanto. Quando entrei na quadrilha de Hoseok, eu estava completamente devastado, acabado. Não sabia mais o que fazer da minha vida e me sentia sozinho e com frio o tempo inteiro. O que só piorava o meu Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS).

Seokjin, líder e braço direito de Hoseok, se sentiu tocado por mim de uma forma que até hoje não sei explicar, mas acredito que tenha a ver com o fato de eu ter sido o membro mais novo e ele ser mais o velho - até mesmo que Hoseok, com a diferença de apenas um ano. Seokjin me treinou pessoalmente, com afinco, quis e conseguiu me transformar numa máquina, enquanto me pagava várias sessões de terapia. Eu me apeguei, havia perdido tudo, mas encontrei um pouco de paz e esperança nele, depois de perceber o tanto que se dedicou a mim.

Nós éramos como irmãos, e quando me senti cansado de trabalhar como um cão, conversei com ele e pedi o seu apoio. Eu também precisava de um tempo sozinho para pensar em mim, arrumar a mente. Claro que ele me ajudou, até porque eu estava na Gedae desde os 17 anos, e não tinha feito mais nada da minha vida além de trabalhar para eles até os meus 25. Seokjin me comprou passagens e eu usei o meu dinheiro para comprar um apartamento em Paris. Queria viver uma vida normal, dei aulas de coreano por lá, estava bem. Esse foi o único motivo pelo qual não fui barrado de sair da Gedae: carinho. O que Seokjin fez para convencer Hoseok disto, eu não sei.

Black Swan • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora