Gay panic

5 1 0
                                    

O dia amanheceu tranquilo no dia seguinte. O céu estava claro, num azul limpo e muito bonito, o vento era frio, mas não cortante. Eu consegui dormir graças ao remédio que tomei durante a noite, mas não tive nem sonhos nem pesadelos, o que realmente me deixava confortável. Até pegar no sono, fiquei durante alguns minutos pensando em qual seria o momento certo para matar Jeon Jungkook e desestabilizar o grupo inteiro, a mando de Kim Namjoon. Eu saberia o momento certo apenas por conviver com eles, mas ainda era algo que eu não podia evitar questionar. Eu precisaria saber como agir, quando agir.

Até o que entendi, não teríamos demanda alguma para esta manhã, nem durante o decorrer dela. No entanto, o descanso que todos estavam esperando foi barrado por Jungkook, que, como líder do grupo e alvo ambulante, ordenou que todos treinassem coisas que não tinham costume de praticar no grupo. Eu já conseguia ter uma ideia básica de como cada um agia e poderia agir, do que cada um fazia e poderia fazer, mas ainda tinha Sunmi. Como uma linda e nova peça no meu tabuleiro de serviço, eu não fazia ideia das capacidades que ela tinha, mas não pareciam ser poucas.

Pelo que percebi, ela era a favorita de Namjoon para cuidar de casos no exterior. Mexia com gente importante, do mais alto nível e poder nas mãos. Ela era o "checkmate" do xadrez invencível do dono da maior quadrilha organizada da Coréia do Sul. Uma forte pressão no grupo, e que provavelmente me daria bastante trabalho, já que anda pendurada no pescoço de Jungkook desde que chegou - e ele parece adorar.

O jardim da frente da casa estava todo organizado com aparelhos de treinamento diversos. Lalisa e Sunmi treinavam corpo a corpo, defesa pessoal para ser mais exato, enquanto Agust praticava tiro e Taehyung boxe. Jungkook assistia a tudo, sentado numa cadeira de balanço como um daqueles velhos que sentam na porta para fofocar sobre a vizinhança. Ele observava tudo com bastante atenção e dava toques vez ou outra. Como eu havia descido atrasado, ainda não tinha mostrado nenhum dote particular. Não sabia sequer o que ia treinar.

Apoiei as mãos na cintura, mas logo ajeitei a minha bermuda preta de treino, que estava um pouco folgada. Haviam aparelhos de ginástica num canto, armas em outro, e até mesmo uns elementos químicos para produção de venenos ou outros materiais que pudessem nos ajudar nas missões. No entanto, a mesa de facas chamou ainda mais a minha atenção. Eu nunca havia arremessado faca na minha vida, mesmo tendo sido bem treinado. Sim, eu sei fazer cortes perfeitos e a manusear bem, sei matar e apenas dar trabalho, mas a arremessar era novidade.

Caminhei sem pressa até a enorme mesa metálica, que dispunha de três maletas preenchidas com cinco facas cada. Todas num modelo diferente, espessuras, larguras e comprimentos diferentes. Eram lindas, pareciam ser de algum desses metais prateados e super resistentes. Observei todas com bastante atenção, ainda com as mãos apoiadas na minha cintura. Havia um alvo redondo há consideráveis metros de distância, quase dentro da mata ao redor, pintado em círculos de cores diferentes, indicando os níveis de dificuldade. Era a minha hora de testar minha mira com facas. Seria útil.

Deslizei a ponta dos meus dedos pelos cabos detalhados das peças dispostas nas maletas, até escolher uma pequena e bem fina, parecia bem amolada, mas ao mesmo tempo frágil. Estava encantado com ela, especificamente. A retirei da maleta e observei cada detalhe do cabo cuidadosamente. O metal deste era talhado com formas que lembravam aqueles detalhes das estruturas de prédios greco-romanos. Deslizei a ponta do meu dedo indicador pela lâmina, me descuidando um pouco ao chegar na ponta e cortando o meu dedo. O sangue começou a ser expelido no mesmo instante, me arrancando uma rápida careta, mas a verdade é que eu havia gostado. Foi o suficiente para me fazer aceitar o desafio.

Girei a faca na minha mão durante alguns segundos, encarando o alvo que estava distante de mim. Eu precisava acertar bem no centro, e para isso tinha que me desligar de todo o barulho que todos estavam fazendo ao meu redor. Sem pensar muito mais, parei de girar a faca e a arremessei de uma única vez em direção ao alvo, acertando o círculo que ficava em volta da marca do centro. Foi perto, bem perto. No mesmo instante comemorei e ouvi Taehyung soltar um palavrão com um tom de voz impressionado. Segui o som da sua fala e o encarei. Ele estava posicionado ao lado da cadeira de Jungkook, com a boca levemente aberta e as sobrancelhas erguidas. O meu alvo, o humano desta vez, também estava impressionado e havia uma coisa peculiar no seu rosto: um sorriso leve de surpresa, sem mostrar os dentes.

Black Swan • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora