Anelie e Anabelle possuem a mesma cor de cabelos e olhos, o mesmo tom de pele, a mesma idade e data de aniversário. São gêmeas idênticas, totalmente diferentes. Enquanto uma se mantêm nadando em dinheiro e esbanjando luxo, a outra trabalha arduament...
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É isso, não tem como voltar atrás, estou oficialmente em Nova Iorque. Depois de quatro horas no jatinho particular de Anabelle, aqui estou eu: Na cidade que nunca dorme. E também, estou a uma hora de distancia da minha universidade dos sonhos. Eu não acredito nisso, antes eu estava a quarenta e cinco horas de distância e agora estou apenas há uma hora. Meu Deus, isso é incrível!
- Senhorita Anabelle? - Um calafrio passa pela minha espinha quando me dou conta do real motivo de eu estar aqui e de estar usando as roupas elegantes de Anabelle e de estar no seu lindo e luxuoso jato particular, terei que ser Anabelle por quinze dias. Ai, meus anjinhos, e se eu não conseguir? E se eu estragar tudo? Eu e Anabelle somos tão diferentes na personalidade, qualquer um que a conheça minimamente notará que há algo errado e se isso acontecer ela me mata, e eu nem sei se é metaforicamente. Isso foi uma péssima ideia, péssima, péssima. Mil vezes péssima! - Senhorita Anabelle, tudo bem? - A voz da aeromoça me tira do meu devaneio.
- Sim, estou bem. - Sorrio para tranquilizá-la. Quem eu estou querendo enganar? Minhas mãos estão suando frio. Jamais imaginei que eu seria uma impostora. Ok, Anelie, fique calme. Foi sua irmã quem pediu então você não é tão impostora assim.
- O seu chofer já a está esperando.
- Claro, obrigada. - Com muita dificuldade eu me equilibro nos grandes saltos finos de Anabelle, por Deus, quem gosta de andar com essas sandálias tão desconfortáveis?
Descer as pequenas escadas do jatinho é um desafio tremendo. Seguro firme no corrimão prata e me concentro nos meus pés, um pé e depois o outro. Ai! Meus dedos já estão tão doloridos. Eu com certeza não nasci para andar de salto. Percebo que a aeromoça me olha estranho e o chofer tem uma expressão de quem está se segurando muito para não rir. Claro que eles estranham, Anabelle jamais passaria essa vergonha.
- Acho que exagerei muito na tequila noite passada. - Digo uma mentira para disfarçar o meu jeito de pata sob esses saltos finos. Solto um pequeno riso para descontrair, eles fazem o mesmo, mas acredito que eles tenham rido apenas por educação.
O chofer coloca as malas de Anabelle no porta-malas, eu agradeço pela gentileza. Ele me olha como se eu fosse um monstro de sete cabeças, com certeza não está familiarizado em receber cordialidade de Anabelle. Mas eu não consigo evitar, o minimo que todo mundo deveria fazer é agradecer pelo seu serviço que foi prestado.
