Meu Anjo - Itachi Uchira

4_ Casa

*Gabi on*

Acordo e sinto um peso sobre minha cintura, viro me ainda sonolenta para ver o que é, e me assusto ao dar de cara com Itachi, me desvencilho rápido de seus braços, fazendo o garoto acordar assustado com o meu susto.
— Oh po*a! — grito enquanto me recomponho do susto. Estamos os dois muito vermelhos
— Desculpe, não foi minha int..— o garoto interrompe as próprias desculpas com um sorriso, me olha divertido enquanto deita lentamente a cabeça, ainda me olhando e diz— para um anjo você até que tem um palavreado bem poluído.
A única coisa que consigo fazer além de ficar mais vermelha ainda é uma cara de emburrada, da qual ele riu docemente fechando os olhos, divertido, parecia uma criança. Acho que não era para eu achar tão fofo, ele é um "ninja poderoso", um "procurado Ranck S", caio no riso junto com ele ao perceber o engano de todos, ao pensar que ele é um assassino de sangue frio.
E ali ficamos, rindo juntos por um bom tempo, até eu receber repentinamente um vento frio vindo de fora da janela e me arrepiar toda, mas dessa vez de uma sensação gelada, como se meu corpo se esvaziasse, senti meu corpo estremecer, e não tive reação se não me encolher. Itachi ria de mim, enquanto colocava um cobertor nas minhas costas, fazendo os dois corar mais ainda.
— Frio, anjo, isso se chama frio.
— Tem coisas que eu não queria conhecer, e frio é com certeza uma delas!— falei apenas deixando meu corpo cair novamente do travesseiro.
— Com o tempo você aprende a apreciar, até mesmo o frio— disse ele deitando-se também, ficando cara a cara comigo.
— Dá vontade de não sair da cama.
— Eu sei— disse ele enquanto se virava para mirar o teto do quarto— mas, a gente tem que levantar, ainda temos muito o que andar anjo!— ele falou se sentando na cama enquanto eu apenas o olhava, perguntando com os olhos se tinha mesmo que levantar.— Mas que anjo preguiçoso eu fui arranjar! Vamos anjo é a sua missão— ele falou enquanto me puxava pela mão me levantando da cama.
— Aff — disse eu com a minha desistência, levantando e ficando de pé com o impulso que ele fez em meu corpo. Ainda um pouco tonta e sonolenta, ele me segura pelos ombros pois eu estava literalmente caindo de sono.
— Vem, vamos nos lavar— ele disse me conduzindo até o banheiro começando a escovar os dente e lavar a cara, e eu fiz o mesmo.
Terminamos de nós lavar e fomos tomar café da manhã no restaurante do hotel, Itachi me explicou que essa é a refeição mais importante do dia.
Do lado de fora do hotel estava muito frio, e eu estava tremendo. Até q sinto uma mão quente tocar a minha e instantâneamente sou puxada para dentro de uma loja.
— O que ouve?— pergunto a Itachi, me referindo ao por quê entramos na loja tão de repente.
— Você precisa de agasalhos, se continuar assim vai morrer de frio— disse ele me olhando... Preocupado? Não deve ser coisa da minha cabeça.
Em alguns minutos saímos da loja e ele rapidamente enrola um pano vermelho comprido em meu pescoço, e logo em seguida coloca sobre meus ombros uma capa toda preta, com capuz, que vai até meus pés.
— É lã batida, isso com certeza deve te aquecer.
— Obrigada, mas não precisava eu— ele me interrompe.
— Tá brincando né?! É claro que precisava! Você estava roxa de frio! Garota entenda, morta você não consegue salvar ninguém!
— Okay, desculpa, eu não queria incomodar— falo baixo um pouco envergonhada diante do sermão.
— Pois então comece a me incomodar, fale quando estiver cansada, com fome ou com frio, ou quando sentir algo diferente, ou algo que não conhece, só por favor não morra, por que se você morrer eu vou ter que ir até o Sol pra te buscar, e é bem difícil chegar lá.— ele foi diminuindo o tom de voz e se afastando em direção a uma parede pela qual nós passávamos, quase não ouvi as últimas partes.
— Itachi, eu... Desculpa— ele virou se bruscamente e em um movimento só puxou me para perto de si, me deixando sem reação, enrolou um de seus braços nas minhas costas e com a outra mão, direcionava minha cabeça para que eu a descansasse em seu peito.
— Só não faça mais isso, não me esconda o que sente— disse o moreno em um tom sereno.
— O que é isso?— pergunto referindo-me a o que estava acontecendo.
— Se chama abraço— disse ele
— Eu gosto de abraço.
— Eu também— disse o moreno um pouco divertido. Acariciando meus cabelos.
— Gosto disso também— falo me referindo a mão que se encontrava sobre minha cabeça
O moreno apenas deu um leve sorriso me puxando ainda mais para si. E eu retribuí fazendo o mesmo com meus braços que estavam rodeando seu tronco.
— Consigo sentir seu coração, sabia disso?— falou ele baixinho. Aceno que sim com a cabeça.
— Consigo ouvir o seu também— digo quase em um cochicho. E ele suspirou.
— Ainda sente frio?— o moreno perguntou se afastando apenas o suficiente pra ver o meu rosto.
— Não mais.— respondo fazendo que não com a cabeça.
— Então vamos, ainda temos muito o que andar— disse ele, eu logo me afastei e comecei a andar, aquele abraço estava tão quente, que agora o frio parecia ainda pior, parecia vazio.