I - •● Blood Message ●•

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Ainda estava meia a dormir, deviam ser quase cinco horas da manhã.

Peguei na mala, já preparada com os livros para aquele dia, procurei o telemovel e os phones e saí de casa.

Ainda estava escuro na rua, mas já me habituara a esta rotina.

Desbloquei o telemóvel enquanto descia as escadas da rua, para escolher uma música que me fizesse acordar.

Depois de percorrer com os olhos todas as músicas até ao 'E', finalmente achei a certa: Ed Sheeran- Don't.

Meti em repetição.

Nada viciada. Mas que se pode fazer? Estou rendida aos encantos do ruivinho.

Finalmente coloquei os fones nos ouvidos e deixei-me envadir pela música, cantarolando baixinho e dançando um pouco.

Mas... Parei, sentindo-me observada.

Arranquei os fones dos ouvidos e deixei que os meus olhos precorressem todas as esquinas, tenhados, janelas e carros da rua, teria tambem fitado as pessoas se as ouvesse... Nada!

Continuei e deixei que a musica me afastasse dali, talvez eu estivesse a ficar maluca com o sono.

Apenas parei quando cheguei à paragem do autocarro e me sentei à espera.

(...)

Depois de andar um bom bocadopor terra batida, - ou melhor, pedra batida porque terra não tinha nenhuma, mas sim unas pedrinhas pequenas - arrastando os pés pelo chão e levantando a peira cinzenta, cheguei a um enorme edifício, - também cizento - a cair de podre.

Entrei, andando pelos corredores, abrindo portas ferrugentas que chiavam a cada utilização, descendo demasiados lances de escadas empoeiradas, até chegar ao meu destino: elevador.

Este porém, não se encontrava melhor que o resto desta espelunca. E por isso, admito, que sempre tive um certo medo de lhe confiar a minha vida, mesmo que por meros minutos, ou até mesmo segundos.

Carregei no -4.

Assim que as portas abriram diriji-me ao balneário.

Só aqui em baixo, muito abaixo do solo, é que finalmente nos deparamos com novas instalações, das quais a maior parte são feitas de aços inóxidáveis - portas, paredes, chão.

Nunca gostei muito deste ambiente: Ar frio, sem cheiro algum - apeas algum cheiro a pomadas e sague, perto da infermaria, - pouco familiar e muito menos aconhedor. Mas acabei por me habituar. Como se tivesse outra opção...

Vesti uma roupa de treino preta e justa e durante 1:30h apenas me dediquei a dar socos em alvos e treinar a pontaria.

(...)

Sentia a água quente escorrer-me pelo corpo. Como sabia bem!

Desliguei-a e envolvi o corpo numa toalha branca, por sinal muito fofa e andei até aos bancos corridos no meio das paredes rodeadas de cacifos também cinzentos.

Mas será que não conhecem outra cor, porra?

"Bom dia" Assustei-m terrivelmente com a sua voz doce. "Desculpa, não te queria assustar."

"Seu bastardo! Não me querias assustar, não aparecias de repente!" Espreitei por cima do ombro. "Vai te embora, estás a invadir a minha privacidade."

"Não fiquei aqui à espera para..."

Interrompi-o.

"Espera. À quanto tempo estás aqui, mesmo?"

Into The ShadowsOnde histórias criam vida. Descubra agora