Aconselho a ouvirem All Of The Stars do Ed Sheeran, está na multimédia. ♡ Vejam também a imagem ;)
Boa leitura >>
Abri os olhos. Escuro.
Sentia o respirar de Derek a meu lado, ou talvez fosse a minha própria respiração, porque isto que oiço é demasiado rápido para alguém que deve estar a dormir.
Estou no lado oposto da cama, relativamente a Derek, que mesmo assim mantém a mão por cima da minha cintura. Estou de costas para ele.
Para além da respiração pesada ouve-se também um batimento ritmado e acelerado. O meu coração.
Não me lembro de ter tido algum sonho ou pesadelo, mas de certo que tive, senão o meu corpo não estaria a reagir assim.
Tento voltar a acalmar-me, fechando os olhos e respirando fundo, tentando ao máximo ritmar a minha respiração com o ser deitado a meu lado. Mas não consigo.
Os meus batimentos ressoam pelos meus ouvidos, pelo meu corpo, pelo colchão, por todo o quarto.
E não aguento mais esta agonia.
Levanto-me rapidamente, sentando-me na cama, só depois me preocupo com a possibilidade de ter acordado Derek, mas não, ele não se mexe.
Saio do quarto dele e entro na porta do lado, no meu quarto.
Abro as gavetas desesperadamente, na tentativa de encontrar o que procuro, que nem sei o que seja, mas o meu corpo insiste em movimentar-se sozinho, como se não me pertencesse.
Derek disse que me tinha trazido tudo o que pensava que eu viria a precisar. Tem de estar aqui. Tem de estar.
Sinto-me como uma lunática e obrigo-me a parar.
Estática, a olhar para as gavetas desarrumadas, tento concentrar-me no procurava com tanta ansiedade.
Cigarros.
É horrível estar-se dependente de algo ou alguém. No meu caso, é um algo, melhor que um alguém, mas triste na mesma.
Volto a procurar. Será que ele mos trouxe?
Vi então uma caixa vermelha e agarrei-a como se da minha vida se tratasse.
Não me podia sentir mais estúpida neste momento. Uns cigarros a controlarem-me.
Mas não consigo evitar, está a dominar-me.
Fico alguns minutos a observar o maço.
Sim. Não. Sim. Não. Sim...
Tiro um e fecho a caixa, arrumando-a na gaveta. Olho para o sítio onde o maço se encontrava e vejo um isqueiro. Pego nele e dirijo-me para a janela do quarto, oposta à porta, com extremidades em madeira.
Observo a noite lá fora, como está calma, sem qualquer movimento, qualquer sinal de vida. Tal como Will.
Para afastar o seu nome da minha cabeça levo o cigarro à boca e acendo-o, respirando fundo em seguida. Uma sensação de satisfação percorreu o meu corpo.
Eu devia mesmo deixar de fumar. Mas levo o cigarro à boca novamente.
O fumo acumula-se contra a janela, abro-a e ergo-me para me sentar no seu parapeito, deixando-me levar pelo tempo, que parecia inerte, tal como tudo o resto.
Penso em como as coisas ficam diferentes à noite. A beleza de que eram feitas durante o dia parece desaparecer e ser trocada por algo sombrio, cheio de segredos que se esforçam por não ser descobertos.
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Into The Shadows
AksiyonAté uma rosa branca, o símbolo da pureza, tem espinhos e uma sombra escura. Como todos nós. Todos temos segredos e todos mentimos para os esconder, para os manter guardados na sombra escura. Mas o que não conseguimos é afastar os outros dos espinh...