Pastel de Frango

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— Kageyama… acorda! — Era a terceira vez que Hinata chamava, e sinceramente? Já não tinha mais saco pra acordar aquela espécie de ser humano aos beijos e abraços. Foi por isso que, quando a sua última gota de paciência se foi, Shouyou agarrou a coberta em que o moreno estava enrolado e puxou com toda força. — Acorda, caralho! Tá morrendo, é?! Desgraça! 

Kageyama caiu num baque surdo ao pé da cama, desorientado e ouvido gritos. Nada melhor do que isso pra deixar o seu humor o mais calmo possível. 

— Porra, Hinata! Que isso?! Isso lá é jeito de acordar alguém?! 

— Tem meia hora que eu to te chamando que nem um palhaço e você aí, se fingindo de morto! — Tá, até poderia estar realmente exagerando, mas não é como se fosse admitir. 

Acontece que ontem à noite, Hinata havia dito mais de dez vezes que iriam acordar cedo no dia seguinte, e ainda assim, Tobio insistiu em ficar acordado até tarde assistindo animes com Pedro, e agora como se não soubesse de nada, ele fazia aquela merda de corpo mole. E ainda por cima era sexta-feira, e Kageyama sabia bem o que eles faziam todas as sextas-feiras!

Bom, talvez tivesse acordado com o pé esquerdo mesmo. Pé esquerdo não, com ciúmes.

— E isso é motivo pra me acordar desse jeito?! — Kageyama se pôs de pé, irritadiço. Hinata ao menos ligou, virando-se de costas e tomando o rumo da cozinha. Estava chateado demais para continuar uma discussão.

— Sim!

Kageyama olhou incrédulo, enchendo o pulmão para responder de volta. 

— E reclama pra ver! — Shouyou disse, olhando por cima do ombro e o levantador sentiu toda sua coragem se esvair, tornando-se quase um cachorrinho com os ombros se abaixando aos poucos enquanto seguia até o banheiro, resmungando xingos baixinhos, os quais Hinata estudou todos da cozinha.

— Eu realmente espero que esses murmúrios te ajudem a se arrumar mais rápido. Daqui quinze minutos eu to saindo. 

Kageyama esfregou a mão no rosto. O que tinha dado na porra daquele moleque? 

— Você encarnou o espírito da minha mãe, Hinata? 

— Não, porque? — Gritou da cozinha.

“Por que será, né?” Tobio pensou, pegando a escova de dente, escolhendo não responder mais nada. Shouyou já havia se comportado assim com ele, o que provavelmente significava que ele estava com raiva de alguma coisa que não queria falar. 

No fim, demorou apenas dez minutos pra se arrumar, já que iriam comer alguma coisa fora. 

Hinata havia planejado sair naquele dia de sábado pra poder ir na feira de manhã, uma das coisas que ele mais havia repetido que queria ir durante toda aquela semana. 

Aparentemente havia uma coisa chamada pastel que Shouyou queria muito que Kageyama experimentasse, junto com um suco de cana ou algo assim. Tobio realmente não saberia dizer o que era, nem imaginar. Mas se o namorado falava que era bom, então arriscaria experimentar. 

A única coisa que estava estranho era aquele comportamento, que de uma hora pra outra havia mudado demais. Não sabia dizer o que tinha feito. Ou será que tinha? Parando pra pensar, havia uma coisinha que não havia feito, na verdade. 

Oh, aquilo era um coisa que faziam desde o segundo ano escolar quando começaram a namorar.

Estavam na porta do elevador, quando Hinata escutou a voz grave do namorado murmurar uma desculpa. 

— Por que, exatamente você está se desculpando? — Hinata perguntou. 

— A sexta de filmes… 

Dias de Visita (KageHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora