Buquê de Flores

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Já havia uma semana que estava o Brasil, e era agora que Kageyama sentia o corpo se acostumar com o clima e fuso horário. Era por isso também que apenas hoje que tinha criado a coragem de sair à praia e treinar junto com Hinata. 

O namorado já tinha saído nos outros dias pra continuar o treinamento, mas estava tão grogue e preso ao sono, que mal teve forças pra levantar cedo e ir se exercitar como tinha planejado. 

Mas agora estava bem.

Era quase dez da manhã, num final de semana e estavam numa disputa em duplas com dois amigos do namorado. Pedro estava sentado em uma das muretas, apenas observando as jogadas da dupla com uma lata de Skol na mão. 

Hinata nunca tinha se contido em contar como os dois eram bons, não só como namorados, mas também como uma dupla poderosa que usava rápidos insanos para ganhar os jogos. 

Bem, isso era o que Shouyou costumava falar, mas agora, a realidade… 

— Você tem que prestar atenção na direção que o vento tá soprando, idiota! — Hinata gritou, assim que viu Kageyama errar outra recepção e deixar o time adversário marcar mais um ponto

— E você acha que eu não sei, imbecil?! Tô tentando me acostumar com isso, mas é difícil! — Tobio gritou de volta. 

— Pois se acostume logo! Enquanto você demora o outro time ta ganhando! 

Pedro já não sabia mais quantas vezes tinha escutado os gritos e xingos vindo um do outro só naquela meia hora em que estavam jogando. Nem pareciam a meleca de casal que estava hospedado na sua casa. Pareciam mais pessoas desconhecidas que não se davam bem. 

Suspirou, vendo mais um saque errado de Kageyama. 

— Ah, que isso, Tobio! — Hinata reclamou. — Você consegue fazer bem melhor do que isso! 

— Escuta aqui, seu tampinha: Eu. Nunca. Joguei. Na. Praia! — Sibilou para ver se aquela laranja-anã entendia o que estava dizendo. 

— E? Eu também não. 

A dupla adversária parou, com um dos garotos segurando a bola enquanto via os dois discutirem em uma língua nada conhecida por eles. 

— Você tá entendendo alguma coisa? — perguntou um de cabelos cacheadinhos que iam até os ombros, para um moreno de cabelo raspado. 

— Nadinha, Jão. 

— Parece que o grandão ali ta com dificuldades. — João respondeu, colocando a mão na cintura. — Hinata disse que ele chegou essa semana, não é? São amigos?

— Não faço a mínima ideia. — Felipe respondeu, ainda encarando os dois que pararam o jogo para discutir. 

Pedro avaliou bem a situação, e vendo que não ia ter outra solução, largou a latinha de cerveja na mureta e desceu, os pés se enfiando na areia quente e fofinha. 

— Ei, vocês dois! — o brasileiro gritou. Aquela altura, Hinata já estava perto de puxar os cabelos do namorado, enquanto Kageyama estava prestes a acertar um tapão na testa do outro. 

— Que é?! — os dois gritaram ao mesmo tempo, fazendo Pedro se assustar. 

— Calma lá, o bando de encrenqueiros. Por que estão brigando tanto? 

— Ele não consegue jogar com o vento, eu tô tentando ajudar ele… — Hinata começou a falar, levando a mão até o braço de Kageyama, deixando um beliscão. 

— Ai, desgraça!

— Mas ele não quer me escutar! 

— O que ta acontecendo, Pedro? — João perguntou do outro lado da rede. 

Dias de Visita (KageHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora