Crônicas pessoais, pensamentos aleatórios que tomam substância por meio da lingua pátria (ou falta dela).
Totalmente fora de ordem ou com conexão direta, uma série de one-shots de minha vida
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Ana de Carvalho Cruz Mourão Praia Grande-SP
Está é minha rua, onde brinquei, bati muita bola com poucos ou muitos amigos, não lembro, lembro dos chinelos marcados como traves e a conta milimétrica para que os dois gols ficassem iguais, o debate para definir até que altura a bola poderia passar entre os chinelos para ser considerado gol, a bola era aquelas de leite como dizia, uma bola feita de borracha muito leve e por isso voava tão alto.
Lembro das pipas que a galera erguia das idas e vindas de bicicleta, das cicatrizes que levo consigo, dos terrenos baldios que eu explorava com o mato até a cintura e que agora viraram sobrados. Também me lembro da calçada inclinada que tinha uma pequena arvore e era o lugar perfeito para conversar com o melhor amigo.
Na esquina a casa onde vivi por 15 anos, atrás o sobrado do meu tio, mais para baixo um bar, um cabeleireiro, uma loja de doces e indo até o fim desta rua comprida se via outra rua na verdade era a mesma rua, mas de tão grande que era parecia outra rua e com seu capricho o padrão se repetia e misturava, era casas simples, sobrados, lojinhas, bares, mercadinhos, cabeleireiros e por ai vai até as habitações precárias que só foram revitalizadas recentemente.
O que mais posso dizer sem me entediar ou te entediar leitor? Era uma rua igual a outras iguais às centenas do mesmo padrão da rodovia até quase limite da mancha urbana linha reta que se não olhasse direito, não acharia o começo ou o fim. Praia Grande é assim, linhas retas de ponta a ponta gravadas firmes na planície.
Eu brinquei, fui criança, deveria ter ficado mais, quando virei adolescente me isolei mais, mas na infância do meu jeito aproveitei esta rua, e ela está lá até hoje, mudaram algumas casas, alguns moradores morreram, mas novos chegaram e crianças brincam, de jogar bola de explorar de bicicleta e de varias coisas.
E tu que veio até aqui e leu estas linhas, como foi sua rua? Como é? Vamos sentar, quero que me conte suas historias eu trago o tenho chá.