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Outubro, 07 de 1743
__Pov's Namjoon
Ninguém tem uma vida fácil, alguns tem mais sorte que outros, mas isso não significa que vivem um conto de fadas. E eu sou um bom exemplo disso. Por ser quem eu sou, nunca pude viver em paz, sou diferente dos outros, alguns tem medo e outros me comparam com a realeza, dizendo que eu sou a mais alta classe dos Lykan's.
Minha mãe morreu no meu parto, por que minha força era maior que a dela, depois disso restou somente a mim, meu irmão e o meu pai. Eles nos perseguiram, nos humilharam e nos afastaram de tudo, mas eu não iria aguentar tudo calado por toda minha vida, eu os enfrentei e conquistei meu lugar, dei conforto a minha família, mas isso não significou que ficamos livres da perseguição. A primeira vez que perdi o controle para o meu lobo o desastre foi estrondoso, eu não sei quantas pessoas morreram e quantas ficaram vivas, homens mulheres e até mesmo crianças inocentes que não tinham absolutamente nada haver com quem me perseguia, eu era um monstro. Meu pai e meu irmão ficaram ao meu lado e disseram que eu não tinha culpa do que havia se passado, mas não era assim que eu pensava, eu me isolei, me afastei de tudo e de todos, e perdi meu amigo, ele acabou morrendo por causa de uma epidemia.
Aos poucos eu voltei ao normal, eu consegui aceitar quem eu era e ter controle sobre a fera que habita em mim, Lykan's de toda parte vieram me procurar em busca de controle e proteção, e assim eu consegui reunir a maior alcateia do Oriente, ao menos era isso que diziam sobre mim. Nem tudo é rosas, quando a guerra estourou armaram uma emboscada para mim, muitos dos meus foram mortos, eles me levaram para um campo no extremo sul, mas é claro que eu não ficaria quieto esperando que fizessem comigo o que bem quisessem. Eu organizei um motim, prometi que acolheria aqueles que quisessem um lugar em minha matilha, e quando eles menos esperaram nós contra-atacamos, conseguimos destruir parte do campo e fugimos, construímos uma base na capital, e continuamos crescendo. Mas eu não consegui fugir sem antes fazerem experimentos e coletassem amostras minhas. E agora eu estou ao lado daquela que pode ser o meu futuro.
- Ela ainda não acordou? - meu irmão entrou dentro do quarto, já eu não tirava os olhos da loira que estava deitada em minha cama.
- Não Jin, nenhum sinal ainda. Como está Jisoo? - perguntei pela minha cunhada.
- Abalada e preocupada, ela se apegou muito há Sunhee e à filhote.- ele deu um suspiro.- Eu tenho que ir, vou verificar o Tae.
- Taehyung não é mais uma criança irmão.
- Eu sou pai Namjoon, não consigo deixar de me preocupar.
Paternidade, isso é algo que eu desejo com toda minhas forças, ter um filho. Eu não sei muito bem como criar uma criança, pois quando meu sobrinho nasceu eu só tinha quatro anos, então eu fui mais um companheiro de brincadeira do que um tio, mas isso não tira minha vontade de ter minha família.
- Hum...- a loira se mexeu na cama me deixando em alerta, eu me levantei e fui até a porta.
- Jisoo! - gritei o nome da minha cunhada, qual eu sabia que estava no quarto no mesmo corredor.
- O que aconteceu? - ela perguntou aflita, a filhote estava grudada em suas vestes.
- Ela está acordando, chame Jin.- eu disse um pouco desesperado.
- Jennie, vá chamar o Jin, rápido.- ela mandou a filhote que logo saiu correndo pelo corredor.
Eu não tirava meus olhos da loira, ela se mexia na cama como se tivesse tendo um pesadelo, eu queria acorda-la, mas Jin disse que ela teria que abrir os olhos por conta própria e não porque alguém a forçou a fazer. Ela parou de se movimentar e isso me deixou nervoso, ela estava acordada. Seus olhos estavam mirando o teto como se fosse a coisa mais interessante do mundo, e eu parado ali, sem saber o que fazer.
- Sun? - Jisoo chamou mas ela não deu atenção.- Star? Olha pra mim...
- BamBam.
Ela chamou pelo outro alfa, não vou dizer que gostei, porque eu realmente não gostei nenhum pouco. Não tenho nada contra BamBam, mas também não tenho nada a favor. E como se fosse mágica ele entrou no quarto, seguido por Jin e a filhote.
- Star? - quando ela escutou a voz dele ela se levantou ficando sentada na cama, seus olhos encheram d'água e ela esticou os braços para ele, como se fosse uma criança pedindo colo.- Tudo bem, já acabou, eu 'tô aqui...
Ele se sentou na cama junto a ela e à abraçou, ela chorava desesperadamente, eu não entendia o porquê dela estar chorando nos braços dele e nem o porquê dele conseguir acalmá-la, não sabia qual a relação entre os dois, mas torcia para ser o menos íntimo possível.
- Os meninos? Onde eles estão?- ela perguntou olhando em volta.
- Só Mark e Jackson então aqui... Os outros não conseguiram chegar...- Jin tomou a palavra, ela o olhava incrédula.
- Não é verdade.- ela disse rápido.- Youngjae, onde ele está? Onde?- ela falou alto, ninguém se atreveu a responder.
- Você tem que ficar calma.- BamBam falou a segurando pelos ombros.
Disfarçadamente, meu irmão me chamou para fora do quarto, mas eu não queria sair de lá, queria ficar e saber o que aconteceria com ela, queria ficar por perto, mas devido a insistência do mais velho eu o segui até o andar de baixo, deixando o quarto. Ao chegarmos na sala ele suspirou pesadamente, eu conheço muito bem o meu irmão e sei que esse suspiro não vem acompanhado de boas notícias. Ele se sentou em um dos sofás e instruiu para que eu fizesse o mesmo, eu o faço e espero ele dizer no que pensa.
- Você vai ter um grande trabalho com ela.- ele disse sério.- Aquela garota passou por muitas coisas Namjoon, sei que o que eu vou pedir e o que menos tem, mas seja paciente, tenha paciência com ela, e não force uma aproximação se ela não quiser.
- Não vou força-lá a se aproximar de mim se ela não quiser hyung.- resmunguei.- posso não ser alguém paciente, mas eu respeito o limite das pessoas.
- Quando você percebe que estão desconfortáveis.- argumentou.- só não vá rápido de mais, absolutamente tudo deve ser no tempo dela agora.
Nós ficamos em silêncio. Seokjin tem razão, eu as vezes sou muito impulsivo e coloco as pessoas em situações exageradamente desconfortáveis, bom, com ela eu não posso fazer isso. Jackson me contou o que fizeram à ela, e sinceramente, o desgraçado que tem muita sorte de ter morrido pelas mãos do Wang, garanto que as torturas que fazem no campo iriam parecer piada perto do que eu faria com ele.
Jisoo vêm descendo as escadas devagar, e eu prontamente me ponho em pé, quero saber como ela se sente, se ela está mais calma.
- Ela já está melhor, Kunpimook conseguiu acalmá-la, aparentemente ela teve um choque pós traumático momentâneo.- Ah, sim. Jisoo é enfermeira, foi assim que ela e meu irmão se conheceram.- Eu acho melhor examina-lá agora, sem toques excessivos, nada que não for extremamente necessário. Agora que ela sabe que você é meu marido ela se sente um pouco mais segura, mas não muda o fato dela odiar médicos.- Jisso falou firme, ela realmente tinha se apegado muito as duas garotas.
- Não se preocupe, eu só vou usar o estetoscópio e verificar o sinais, nada além disso.- meu hyung explicou para a mulher.
- Ótimo, e depois eu gostaria de conversar com você. Um assunto sério.- ela disse e logo deu as costas deixando um Seokjin nervoso para trás, a cena era cômica, e eu estaria chorando de tanto rir se não estivesse tão preocupado.
- Vamos logo hyung.- me julgo. Devo-me aparentar com uma criança neste momento.
Ao entrar no quarto eu pude ver que ela ainda tinha a companhia do alfa, ele estava sentado na cama, mas não a abraçava mais, apenas pedia para que ela se mante-se calma, e dizia algo sobre "não vou deixar que o monstro pegue você", não sei o que isso significa, mas sei que estava funcionando porque ela normalizou poucos minutos depois.
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Experiência 3.2.3
FanfictionSetembro, 1743 Guerra. Já fazem três anos que começou a grande guerra, e com ela veio todo o caos e medo. Em todo continente, foram criados campos de concentração, onde ficam aqueles que são considerados não puros, mestiços ou híbridos, costumados a...