Capítulo-3

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Yes!/No!

03

Alex

- Eu não acredito nisso!! – Eduarda gritou, assustando uma cliente que escolhia rações em uma prateleira mais afastada. Lancei lhe um sorriso, tentando tranquilizá-la, depois olhei feio para Eduarda.

- Posso saber como isso aconteceu?

- Eu não tive culpa, ok ? Quando eu já tinha visto Magnus já tinha fugido! O que eu podia fazer?! – Levantei as mãos incrédula.

- Há sim, e eu posso saber o que você estava fazendo que não percebeu que seu "pequeno" cão tinha escapado? – Eduarda havia baixado o tom da voz, mas ainda me olhava ameaçadoramente.

Ela achava que eu tinha sido uma "idiota insensível" com Piper. E bom, eu sabia que isso pioraria quando contasse o motivo.

- Eu... Encontrei Ben no parque, e ficamos conversando.

- Não disse?

Agora só faltava ela usar os ossinhos para afiar dentes como enfeites enfiados em minha garganta.

- Eu não acredito que você deixou o Magnus atacar a garota, porque estava falando com aquele... tonto! Alex meu deus, Como pôde deixar tudo isso acontecer ?

A essa altura, a mulher que antes escolhia rações já estava com os olhos arregalados, provavelmente achando que éramos loucas. Respirei fundo, passando uma das mãos nos cabelos negros, tentando conter os ímpetos de estapear Eduarda, e indo até o caixa atender a moça, que praticamente saiu correndo da loja após ter pagado, e provavelmente nunca mais voltaria.

- Eu já disse que não tive culpa! Ok, talvez eu tenha tido um pouco de culpa. – Acrescentei diante do olhar que recebi.

- Mas ela foi quem foi passear com um gato! Se não tivesse sido o Magnus, poderia ter sido qualquer outro cão do parque!

- Não importa! Você tem que ligar para ela e pedir desculpas. – Eduarda disse simplista olhando séria de braços cruzados sobre o balcão.

- Eu já pedi desculpas ontem!

- Você tem que pedir desculpas direito. Uma barra de chocolate não é nada. Você deveria é dar uma fábrica inteira para ela Alex!

Revirei os olhos, saindo de perto dela e deixando a falando sozinha. Eu não iria pedir desculpas novamente. Não havia a necessidade.

E eu também, eu não sabia de onde tinha vindo toda aquela simpatia pela a loira, sendo que ela nem a conhecia pessoalmente. Normalmente você não sente tal atração por alguém que mal ouviu falar. A única coisa que ela sabia sobre Piper era o que eu tinha lhe contado: uma adulta com comportamento infantil, que tinha tido a brilhante ideia de levar seu gato pra passear, foi atacada por meu cachorro e depois tinha feito aquele drama todo no hospital.

Está bem que eu exagerei um pouco nesta descrição, mas... Minha cabeça ainda doía, e ter que aguentar Eduarda reclamando em meu ouvido o dia todo não era fácil. Eu sabia como ela não mudaria de ideia após se apegar a alguma coisa, mas eu não queria ter que brigar com a minha amiga por um motivo tão supérfluo como esse. Porém minha paciência já estava bem perto de acabar.

- Posso usar seu celular ? – Duda me pediu aparecendo do outro lado do balcão, apoiando-se ali.

Encarei desconfiada. Aquela cara não parecia em nada com a que me ameaçava minutos antes. Eduarda estava... Feliz, e isso não me pareceu ser bom sinal.

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